Você sabe como construir pisos de concreto protendido?



Você sabe como construir pisos de concreto protendido?

(Foto: Divulgação/Trima – AECWeb/Reprodução)

  

Indicados para aplicações que demandam elevada capacidade de carga e baixa manutenção, os pisos de concreto protendido são muito utilizados em pátios logísticos, de aeronaves e em galpões industriais.

 

Trata-se de um piso de concreto reforçado com armaduras (cordoalhas) de alta resistência, tracionadas por macacos hidráulicos. A força dos macacos é transferida à placa de concreto pelo atrito do cabo-concreto (protensão aderente) ou por intermédio das ancoragens posicionadas nas extremidades (protensão não aderente).

 

Essa força de compressão proporciona o aumento da capacidade de carga do piso e a redução da quantidade de juntas. Para se ter uma ideia, enquanto nos pisos de concreto simples o comprimento da placa varia de 4 a 5 metros, com a protensão é possível construir placas com comprimento próximo a 100 metros.

 

“Ao reduzir o número de juntas, a protensão diminui os custos de manutenção do piso”, explica o Engenheiro Marcel Aranha Chodounsky, diretor da Trima Engenharia e Consultoria. Ele conta que outra vantagem dessa tecnologia é o maior controle de fissuração. “Embora não elimine completamente o risco de ocorrer fissuras, o fato de a placa trabalhar total ou parcialmente comprimida acarreta na sensível redução da possibilidade de fissuração”, diz.

 

Confira a seguir as principais etapas de execução de pisos de concreto protendido:

  


Definição do tipo de Protensão

 


(Foto: Alphapiso/Reprodução)

 

Ainda na fase de projeto, deve-se decidir sobre qual tipo de protensão será executado. As técnicas mais usuais no Brasil são a protensão aderente e a protensão não aderente. A primeira utiliza cabos em bainhas metálicas, podendo essas ser lisas ou onduladas. Mais comum em pisos industriais, a protensão não aderente utiliza cabos engraxados e cobertos por bainhas de polietileno ou polipropileno.

  


Preparação da Base

 

A superfície sobre a qual o piso será construído deve estar muito bem compactada e nivelada. Equipamentos mecanizados de grande porte e com controle de nível a laser são indicados para essa etapa. “O atrito da placa com a base representa uma parcela importante de perda da força de protensão. Portanto, uma base bem plana e nivelada e o emprego de camada deslizante constituída por lona dupla de polietileno minimizam as perdas de protensão e o risco de fissuração”, comenta Marcel Chodounsky. Ele lembra que falhas na execução da base estão entre as principais causas do aparecimento de fissuras de retração em pisos protendidos.

  


Montagem das Formas

 


(Foto: Alphapiso/Reprodução)
 

Conforme definido em projeto, as formas (de madeira ou metálicas) devem ser dispostas para a delimitação das áreas a serem concretadas. É importante que os moldes tenham aberturas na face inferior para passagem das cordoalhas e furos na metade da altura para a passagem de barras de transferência e/ou de ligação.

  


Posicionamento das Armaduras

 

Para a distribuição das armaduras é fundamental o uso de espaçadores para garantir o posicionamento correto das cordoalhas. A armação da placa de concreto protendido é composta pela associação de uma armação ativa (cordoalhas engraxadas) e de uma armação passiva (armadura de fretagem e de reforços das interferências). Durante a armação também devem ser inseridas as placas de ancoragem.

  


Concretagem e Adensamento

 

O concreto deve ser lançado de modo rápido, uniforme e contínuo, ainda mais porque, na maior parte das vezes, as placas são de grandes dimensões. Na execução do piso protendido podem ser utilizadas réguas vibratórias manuais ou treliçadas. Um equipamento especialmente recomendado é o Laser Screed®, régua vibratória a laser.

 

Durante o adensamento, o emprego de vibradores de imersão próximo às formas e às bordas do piso garante maior homogeneidade ao concreto junto às armaduras de fretagem e de reforço.

  


Acabamento

 


(Foto: NTC Brasil/Reprodução)
 

Com o endurecimento parcial do concreto, parte-se para o desempeno mecânico da superfície. Os equipamentos empregados para isso são as acabadoras autopropelidas duplas, com utilização de discos de flotação.

 

Nesta etapa, deve-se empregar o “rodo de corte” (régua de alumínio com um cabo) para obtenção de elevados índices de planicidade e nivelamento da superfície. A passagem do rodo de corte e das acabadoras com disco de flotação deve ocorrer em etapas simultâneas e sucessivas. O rodo de corte precisa ser empregado transversal e longitudinalmente ao eixo da pista, diversas vezes.

 

O acabamento deve ser executado com acabadoras duplas autopropelidas dotadas de pás, de acordo com os padrões definidos em projeto.

 

 

Protensão

 

A protensão deve ser executada em etapas, seguindo a sequência determinada em projeto. Devem ser atendidos requisitos como força de protensão e alongamento para cada cabo, resistência mínima do concreto, número de etapas e ordem de protensão, valor e variação admitida para o alongamento de cada cabo. A protensão final deve ser executada quando o concreto atingir resistência à compressão mínima especificada em projeto (habitualmente da ordem de 25 MPa).

 

 

Controle da Execução

 

Verificações devem ser efetuadas para garantir a qualidade da execução do piso de concreto protendido. Alguns controles devem ser realizados antes do início da concretagem do piso e incluem a verificação da compactação e do nivelamento da camada de base, da espessura da placa de concreto, do posicionamento das cordoalhas e das armaduras de fretagem e reforço.

 

Durante a concretagem deve-se controlar o recebimento do concreto, com a verificação da nota fiscal, do abatimento (slump), e a moldagem de corpos de prova.

 

Segundo Chodounsky, é altamente recomendado que, após a concretagem de cada placa, seja feita a medição da planicidade e nivelamento, permitindo correções e ajustes nos procedimentos executivos para a concretagem seguinte.


  

Fonte:

- AECweb


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