Confira como foi a vida de Oscar Niemeyer, arquiteto moderno brasileiro de maior renome internacional



Confira como foi a vida de Oscar Niemeyer, arquiteto moderno brasileiro de maior renome internacional
(Foto: Revista Caliban)

Oscar Niemeyer (1907-2012) foi um arquiteto brasileiro responsável pelo planejamento arquitetônico de vários prédios de Brasília, capital do Brasil. Possui mais de 600 projetos em todo o mundo. É um dos maiores representantes da arquitetura moderna da história. Tem como característica principal o uso do concreto armado para as suas construções, com seu estilo inconfundível.

 

Confira a linha do tempo da vida e obra do arquiteto:

 

1907 - Oscar Niemeyer nasce no Rio de Janeiro a 15 de dezembro.

 

“Nasci em Laranjeiras, na Rua Passos Manuel. Uma rua íngreme, tão íngreme que até hoje me espanta como a corríamos de cima para baixo jogando futebol”

Oscar Niemeyer, Revista Época, 09/11/1998.

 

Anos 20 - O Rio, capital do Brasil

“Naquela época áurea, o Rio de Janeiro era a capital do Brasil. Sua noite era uma festa, bares, cafés, cabarés, chorinhos, arrasta-pés! E Niemeyer, a mil, adorava uma seresta…”

“Quando saí de casa e vi como a vida era injusta entrei para o Socorro Vermelho. A gente arranjava roupas e coisas para auxiliar os mais pobres”. (Jornal do Brasil, Caderno B, 11/12/2005) O Socorro Vermelho foi uma organização de apoio a perseguidos e presos políticos e suas famílias, vinculado ao Partido Comunista Brasileiro.

 

1928 - Casa-se com Annita Baldo e começa a paixão pelo desenho.

 

(Foto: Fundação Oscar Niemeyer)

 

Annita era descendente de imigrantes italianos que vieram da província de Pádua. Moça modesta, formosa, católica fervorosa, com quem vive um grande amor e gera a sua primeira filha, Anna Maria Niemeyer. Mesmo sendo ateu, a noiva o leva para a igreja. Como pai de família, vai ajudar o pai na sua tipografia. No meio de papéis e tintas, surge seu talento no desenho.

 

1929 ~ 1934 - Matricula-se na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e forma-se engenheiro-arquiteto em 1934.

 

1932 - Inicia a vida profissional no escritório de Lúcio Costa (1902-1998), arquiteto com o qual, anos depois, criaria Brasília.

 

1936 - Trabalha com Le Corbusier e Gustavo Capanema e revela-se inovador.

 

Como estagiário da equipe de Lúcio Costa, Niemeyer trabalha ao lado do arquiteto franco-suíço Le Corbusier (1887-1965) no projeto do novo prédio para o Ministério da Educação e Saúde Pública, no Rio de Janeiro, um marco da arquitetura moderna brasileira.

 

Apesar de ser um iniciante naquela época, foi Niemeyer quem sugeriu a mudança da altura dos pilotis de quatro para dez metros à equipe. Sua proposta foi acatada com sucesso.

 

1937 - Projeta a Obra do Berço, no Rio de Janeiro, seu primeiro projeto construído

 

1938 - Projeta a Casa de Oswald de Andrade, São Paulo e um pequeno hotel na cidade de Ouro Preto-MG, com traços muito semelhantes aos que utilizaria no projeto do Catetinho anos mais tarde.

 

1940 - Faz o projeto do Conjunto de Pampulha, Belo Horizonte

 

(Foto: Casa Vogue)

 

A convite de Juscelino Kubitscheck (1902-1976), então prefeito de Belo Horizonte, faz o projeto Conjunto da Pampulha, a primeira obra de impacto do inventivo arquiteto, com áreas abertas e vias de acesso, as obras se dariam em volta de um lago artificial. O programa envolve um casino, um clube, um salão de dança, uma igreja e um hotel, mas o último não chega a ser construído. Para a execução da obra, Niemeyer conta com a colaboração do engenheiro de estruturas, e também poeta, Joaquim Cardoso (1897 – 1978) e do paisagista Burle Marx (1909 – 1994).

 

(Foto: Uol Notícias)

 

1942 - Casa da Lagoa Rodrigo de Freitas

 

1945 - É convidado para projetar o Edifício da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque, juntamente com outros arquitetos internacionais e filia-se ao Partido Comunista Brasileiro.

 

(Foto: Casa Vogue)

 

Além disto, na época em que os americanos e russos vencem a Alemanha nazi, Niemeyer filia-se ao Partido Comunista Brasileiro, próximo da linha política russa, do qual irá se retirar em 1990, junto de Luiz Carlos Prestes.

 

1951 ~ 1955 - Parque do Ibirapuera, SP

 

(Foto: Casa Vogue)

 

Surge para comemorar os 400 anos da cidade de São Paulo, símbolo da modernidade brasileira, o segundo grande projeto de Niemeyer, encomendado pelo governo de São Paulo. Tal projeto busca dar à cidade uma grande área verde, com lugares para exposições e lazer, juntando arquitetura e paisagismo modernos. O uso das curvas acentua a “leveza” das construções. Tanto na Marquise do Ibirapuera assim como no interior do Prédio da Bienal.

 

A construção da icônica Casa das Canoas, onde Oscar Niemeyer morou com a sua família durante muito tempo inicia-se neste ano e está localizada na Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro.

 

“Minha preocupação foi projetar a residência com inteira liberdade, adaptando-a aos desníveis do terreno, sem o modificar, fazendo-a em curvas, de forma a permitir que a vegetação nela penetrasse, sem a separação ostensiva da linha reta. E criei para as salas de estar uma zona em sombra, para que a parte envidraçada evitasse cortinas e a casa ficasse transparente como preferia. ” Oscar Niemeyer

 

 

1954 - Participa do projeto de um conjunto de edifícios para o bairro Hansa, como parte do programa de reconstrução de Berlim (Alemanha). Projeta o Museu de Caracas na Venezuela.

 

1955 - Funda a revista Módulo no Rio de Janeiro

 

1956 - Brasília: Niemeyer é convidado por JK para juntos criarem “a mais bela capital do mundo”.

 

(Foto: Casa Vogue)

 

Juscelino Kubitshek (JK) é eleito Presidente do Brasil. Sua vontade principal é mudar a capital, então no Rio de Janeiro, do litoral para o centro do país, já prevista na primeira Constituição do Brasil.

 

Assim, elaborado pelo arquiteto junto de Israel Pinheiro e Ernesto Silva, é lançado o edital do concurso de um Plano Piloto para Brasília em setembro de 1956. Tal plano deveria propor todo o urbanismo da cidade, mas não previa o projeto dos edifícios públicos. Lúcio Costa é o vencedor do concurso.

 

“ (…) Quando Juscelino transformou-se Presidente da República, ele já tinha um arquiteto no bolso, era Oscar Niemeyer. Era um arquiteto previamente escolhido. Isto quer dizer que o concurso foi somente na parte de urbanismo da cidade, o Plano Piloto. Eu elaborei o Plano Piloto. Eu não pretendia participar do concurso, mas, no meio do prazo, eu tive uma ideia, achei que valia a pena e concorri. ” (Lúcio Costa – Entrevista à professora Ana Rosa de Oliveira, em 1992)

 

Niemeyer projetou diversas obras para a capital brasileira, entre elas podem-se destacar: o Palácio do Planalto, a Catedral de Brasília, o Congresso Nacional, o Palácio da Alvorada, e o Palácio do Itamaraty.

 

Brasília é como um “resumo” daquilo que o arquiteto já mostrara em seus projetos: o vidro junto ao concreto, a curva, as linhas de prumo, os pilotis e os vãos livres que tornam os prédios leves.

 

“A monumentalidade nunca me atemoriza quando um tema mais forte a justifica. Afinal, o que ficou da arquitetura foram as obras monumentais, as que marcam o tempo e a evolução da técnica. As que, justas ou não sob o ponto de vista social, ainda nos comovem. ” Oscar Niemeyer

 

Inaugurada a cidade, vai então coordenar a Escola de Arquitetura da UnB.

 

1963 - Recebe o Prêmio Lênin da Paz, na URSS. É nomeado membro honorário do American Institute of Architects, dos Estados Unidos.

 

1964 – Com o golpe militar, Niemeyer pede demissão da UnB e viaja para Paris.

 

A demissão juntamente com mais 200 professores é causada pelo golpe militar (1964) que torna evidente a dificuldade em viver e trabalhar no Brasil. Viaja então a Paris para visitar a exposição Oscar Niemeyer, l’architecte de Brasília, no Museu de Artes Decorativas do Palácio do Louvre. Recebe a medalha Juliot-Curie e o Grande Prêmio Internacional da Arquitetura e de Arte, da revista L’Architecture d’Aujourd’hui, ambos em Paris.

 

1967 - Niemeyer vai para o exílio na França.

A ditadura militar dura até 1985. Durante o exílio trabalha em diferentes projetos para vários países. Para isso, ganha do então presidente francês, Charles de Gaulle, uma licença especial para poder trabalhar no país com todos os direitos de um profissional francês.

 

1971 - Sede do Partido Comunista Francês e primeiros passos no desenho de mobiliário

 


(Foto: Casa Vogue)

“Dizem que a minha arquitetura não é funcional. Fiz a sede do Partido Comunista Francês e, dez anos depois, vieram pedir-me para projetar a sede do Humanité. Se não funcionasse, não me chamariam novamente. ” (ON, O Estado de São Paulo, 8/11/98)

 

1972 - Abre seu escritório nos Champs Elysées, em Paris e projeta a Bolsa do Trabalho de Bobigny e o Centro Cultural de Le Havre em França.

 

O retorno ao Brasil

 

Anos 80 - Depois de mais de uma década, o arquiteto retorna ao Brasil. Cria o Memorial JK (1980) e o Museu do Índio (1982), ambos em Brasília, o prédio da Rede Manchete de Televisão (1983).

 

1983 - Realiza a primeira retrospectiva de sua obra, no Museu de Arte do Rio de Janeiro. Mesmo ano em que projeta com Darcy Ribeiro, o sistema de escola pública chamado de CIEPs (Centro Integrado de Educação Pública).

 

1984 - Sambódromo do Rio de Janeiro.


 

(Foto: Casa Vogue)

1985 - Projeto do Panteão da Pátria na Praça dos Três Poderes em Brasília.

 

1987 - Ano que projeta o Memorial da América Latina, na cidade de São Paulo, e o edifício sede do jornal I’Humanité, em Paris.

 

1988 -  Na cidade de Chicago, recebe o Prêmio Pritzker de Arquitetura.

 

1991 - Projeta o Museu de Arte Contemporânea MAC, no Rio de Janeiro, e o Parlamento da América Latina.

 

1996 - Projeta o Monumento Eldorado Memória, doado ao Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra.

 

1996 - Museu da Arte Contemporânea de Niterói.

 

“Às vezes um projeto custa a se definir. O terreno era estreito, cercado pelo mar, e a solução aconteceu naturalmente, tendo como ponto de partida o apoio central inevitável. Dele a arquitetura decorreu espontânea como uma flor. A vista para o mar era belíssima e cabia aproveitá-la. E suspendi o edifício e sob ele o panorama se estendeu mais rico ainda. Defini então o perfil do museu.

 

Uma linha que nasce do chão e sem interrupção cresce e se desdobra, sensual, até a cobertura. A forma do prédio, que sempre imaginei circular, se fixou e, no seu interior, me detive apaixonado. À volta do museu criei uma galeria aberta para o mar, repetindo-a no segundo pavimento, como um mezanino debruçado sobre o grande salão de exposições. E me preocupei com os interiores, desejoso de que fossem bonitos e variados, convidando os visitantes para conhecê-los melhor. No terreno, minha ideia foi acentuar a entrada do Museu, desenhando a rampa externa. Um passeio ao redor da arquitetura. E senti que o museu seria bonito e tão diferente dos outros que ricos e pobres teriam prazer em visitá-lo. ” Oscar Niemeyer

 

1999 - Projeta, o novo Parque do Ibirapuera, e o Setor Cultural de Brasília.

 

2000 - Cria o Auditório de Ravello, na Itália. Publica também seu livro de memórias em Londres.

 

2001 - Projeta o Museu do Cinema Brasileiro no Rio de Janeiro, Museu Oscar Niemeyer em Curitiba e o Acqua City Palace, em Moscou.

 

2002 - Inaugura o Museu Oscar Niemeyer (MON) Museu do Olho, em Curitiba. Projeta também o Auditório Ibirapuera.

 

2003 - Projeta o Serpentine Gallery Pavillon, no Hyde Park, em Londres. Inicia em Brasília a construção da Biblioteca Nacional e o Museu Nacional, ambos parte Setor Cultural de Brasília.

 

2004 - Projeta o Monumento a Paz na cidade de Paris.

 

2005 - Projeta o Parque Aquático de Potsdam, na Alemanha, e o Complexo Administrativo da Hidrelétrica de Itaipu.

 

2006 - Projeta o Centro Cultural Principado de Astúria, em Espanha, e o Memorial Leonel Brizola, no Rio de Janeiro e casa-se novamente.

 

Niemeyer se casa com Vera Lúcia Cabreira (nascida em 1946), com quem mora num apartamento em Ipanema, no Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano é inaugurado o Complexo Cultural da República, em Brasília, com o Museu Nacional Honestino Guimarães e a Biblioteca Nacional Leonel de Moura Brizola, formando um dos maiores centros culturais do país.

 

2007 - Ano de seu centenário, assume junto com o governador José Roberto Arruda, o compromisso de projetar a sede do Arquivo Público do Distrito Federal e o Museu da Imagem e do Som, ambos na cidade de Brasília. Projeta a Universidade de Ciências e Informática em Cuba e o Centro Cultural em Valparaíso, no Chile.

 

2008 - Visita a cidade de Brasília, e lança no Museu Nacional o terceiro número de suas revistas de arquitetura ” Nosso Caminho”. Projeta o Teatro Puerto de la Musica de Rosário, na Argentina.

 

2010 - Cidade Administrativa de Minas Gerais. Curvas, concreto armado e o maior prédio suspenso do mundo. A Cidade Administrativa é considerada o projeto mais ousado de Oscar Niemeyer. A obra, realizada no governo Aécio Neves, abriga as Secretarias e órgãos do Estado e foi inaugurada a 4 de março de 2010.

 

2012 - O estado de saúde do arquiteto agrava-se casualmente e é internado várias vezes por desidratação.

 

2012 - Morre com 104 anos a 5 de dezembro.

 

 

Sua extensa carreira foi laureada em 1988 com um Pritzker, considerado o Nobel da arquitetura, na única vez em que o prêmio foi dividido (no caso, com o norte-americano Gordon Bunshaft). Saiba detalhes sobre os principais projetos que mantêm e manterão vivo o legado de Niemeyer em todo o mundo.

 

1.       Ministério da Educação e Saúde, 1936, Rio de Janeiro

Foi um detalhe apontado por um estagiário que garantiu a monumentalidade e a grandeza dos espaços que caracterizam a primeira construção moderna do Brasil, projetada por Le Corbusier. O então jovem Oscar Niemeyer sugeriu centralizar o prédio no terreno e aumentar de 4 m para 10 m os pilotis de sustentação. Os diretores do escritório de arquitetura a cargo da obra, Carlos Leão e Lucio Costa, aprovaram a ideia e a incorporaram na planta definitiva.

 

2.       Conjunto da Pampulha, 1940, Belo Horizonte

Quando Juscelino Kubistchek foi eleito prefeito da capital mineira, convocou Niemeyer para projetar um bairro inteiro voltado ao lazer, com direito a cassino, clube, igreja e restaurantes. O projeto da Pampulha, inspirado nas curvas da arte barroca, foi concebido e desenhado em uma noite, já no quarto de um hotel, após a conversa com o político.

 

 

3.       Sede das Nações Unidas – ONU, 1947, Nova York

Uma comissão de dez arquitetos dirigida pelo norte-americano Wallace Harrison foi reunida para discutir e projetar a sede do mais importante órgão supranacional do planeta. Niemeyer hesitou em apresentar seu desenho, pois não queria contrariar um dos membros do conselho – ninguém menos do que Le Corbusier. Só quando o franco-suíço cobrou que ele trouxesse suas ideias para a mesa que Niemeyer se debruçou na proposta do colega que admirava muito e modificou os elementos principais do conjunto. O desenho foi aprovado com louvor por toda a equipe, inclusive por Le Corbusier.

 

 

4.       Ibirapuera, 1951, São Paulo

O parque público de São Paulo, construído para ser o marco principal das comemorações do quarto centenário da cidade – e, portanto, inaugurado em 1954 –, possui um volume singular. Sua marquise faz uma ode à liberdade da forma, conectando os pavilhões, os espaços culturais e os de lazer do complexo. O conjunto, no entanto, só foi completado mesmo em 2005, com a inauguração do Auditório Ibirapuera, que não saíra do papel nos anos 1950.

 

5.       Edifício Copan, 1951, São Paulo

A robustez do concreto armado é quebrada pela sinuosa leveza no projeto moderno, uma onda no centro da metrópole a homenagear São Paulo como nenhum outro marco fez até hoje. Numa cidade caótica esteticamente e carente de belezas naturais, o Copan é o mais próximo que os paulistanos já chegaram de ter um cartão-postal para chamar de seu. O mezanino do prédio, inclusive, virou centro de arte.

 

6.       Casa das Canoas, 1952, Rio de Janeiro

O arquiteto projetou sua própria residência com total liberdade, sem mexer nos desníveis do terreno, só adaptando o imóvel às curvas da planta. Ao prever uma área de sombra no entorno, Niemeyer conseguiu envidraçar toda a casa e deixá-la o mais transparente possível em meio à vegetação.

 

7.       Brasília, 1957

Enquanto o amigo e ex-patrão Lucio Costa desenvolvia o plano urbano da nova capital do país, Niemeyer foi escolhido por Juscelino Kubitschek para traçar e erguer os edifícios governamentais em Brasília. Começou em 1956 com o Catetinho, a residência provisória do presidente da República, e seguiu, já em 1957, com o Palácio da Alvorada, o Congresso Nacional, o Teatro Nacional, o Supremo Tribunal Federal, o Palácio do Planalto, a Praça dos Três Poderes e a Catedral de Brasília, com vitrais assinados por Marianne Peretti, a única mulher na equipe. O Ministério da Justiça, o Palácio do Itamaraty, ambos de 1962, o Aeroporto, de 1965, e o Memorial JK, em 1980 – todos saídos da prancheta do mestre –, complementaram o conjunto após a inauguração oficial. 

 

 

8.       Sede do Partido Comunista Francês, 1965, Paris

Comunista de carteirinha, Niemeyer teve carta branca para definir como seria a sede do Partidão francês. O design nada usual, com a fachada curvada e o hall semienterrado, deixou o terreno livre para a brincadeira de formas – e, também, para a descida suave do público até a cúpula.

 

 

9.       Universidade de Constantine, 1969, Argélia

Ao recusar uma dezena de prédios – Niemeyer condensou o projeto de 20 construções em cinco estruturas –, o brasileiro idealizou uma universidade mais humana, lógica e compacta, pronta para as modificações do futuro.

 

 

10.   Passarela do Samba, 1983, Rio de Janeiro

Oficialmente chamada de Passarela Professor Darcy Ribeiro e popularmente conhecido como Sambódromo, o centro do carnaval carioca localiza-se na avenida Marquês de Sapucaí, Rio de Janeiro, e nasceu com a missão de “dar ao povo o samba”. Na parte final da passarela, as arquibancadas se separam para abrir espaço à monumental Praça da Apoteose, assinalada por um grande arco. Ali está também o Museu do Samba. Fora dos dias carnavalescos, o local abriga escolas, creches, centros de saúde, ateliês de artesanato e outros serviços. A praça serve de palco para espetáculos diversos, como balé, teatro e shows de música popular.

 

 

11.   Memorial da América Latina, 1987, São Paulo

Concebido com a imponência em mente, o memorial foi projetado com grandes vãos (além dos tradicionais volumes curvos do arquiteto) para marcar "o espírito e a grandeza política que representa", como definiu o próprio Niemeyer.

 

 

12.   Museu de Arte Contemporânea, 1991, Niterói

O terreno livre de construções realça as formas quase abstratas do prédio, que parece flutuar sobre a paisagem. O museu faz parte do Caminho Niemeyer, um percurso de 3,5 km finalizado em 1997, dotado de espaços culturais cuja função foi revitalizar a parte central da cidade de Niterói, no Rio de Janeiro.

 

 

13.   Museu Oscar Niemeyer, 2001, Curitiba

O hoje mundialmente conhecido "museu do olho" não nasceu com esse formato nem tinha essa função. Inaugurado em 1978, era apenas um grande edifício modernista que abrigava algumas secretarias de Estado. O olho é na verdade um anexo desenhado mais tarde e inaugurado em 2002, quando todo o complexo foi transformado em museu de arte e design. Uma de suas alas guarda uma exposição permanente sobre o próprio Niemeyer, exibindo um belo acervo de projetos, fotos e maquetes.

 

 

14.   Centro Administrativo de Minas Gerais, 2003

A construção de apenas três prédios para a sede do governo mineiro – o palácio governamental e outros dois blocos curvos com 200 metros de comprimento e 20 pavimentos, onde estão as secretarias – centralizou a administração estadual, barateou a proposta inicial, limpou a paisagem e, de quebra, garantiu um projeto ousado a Niemeyer: o palácio é totalmente suspenso por cabos de aço, formando um vão livre de 147 m.

 

15.   Centro Cultural Principado de Astúrias, 2006, Avilés, Espanha

Quando recebeu a planta do centro cultural, Niemeyer imaginou de cara como tudo seria: o público assistindo a shows, enquanto outros percorrem as exposições no piso sobre o grande salão. O projeto da praça repleta de equipamentos culturais foi doado por Niemeyer, que ganhou o prêmio Príncipe das Astúrias na década de 1980. 

 

Oscar Niemeyer foi um dos maiores arquitetos do Brasil, sua memorável linha de vida e obra desenharam o Brasil e o Mundo. Confirma-se assim o porquê de ser seguido e louvado por muitos, mas que não desvenda a magia da resistência ao tempo e a incansável vontade de projetar.

 

 

Fontes:

- Oscar Niemeyer - Arquiteto brasileiro

-  Oscar Niemeyer (Rio de Janeiro RJ 1907 - idem 2012)

- Oscar Niemeyer

- Oscar Niemeyer: as 15 maiores obras


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