Conheça 6 exemplos da Internet das Coisas na Construção Civil



Conheça 6 exemplos da Internet das Coisas na Construção Civil
(Foto: Aiza Engenharia/Reprodução)
 

Em termos simples, a Internet das Coisas (IoT) envolve diversos aparelhos conectados que interagem uns com os outros para monitorar, relatar e alternar as coisas com diferentes graus de inteligência. O objetivo é tornar nossas vidas mais simples e mais eficientes.

 

A Internet das coisas (IoT) está transformando todas as facetas dos edifícios — como os habitamos, como os gerenciamos e até mesmo como os construímos. Existe um vasto ecossistema em torno dos edifícios de hoje, e nenhuma parte do ecossistema ficará de fora desta integralização.

  


Quais são as oportunidades oferecidas à construção pela Internet das Coisas?

 

O grande número de componentes utilizados na construção e operação de edifícios significa que o potencial para a aplicação da Internet das Coisas é muito significativo. Com a informação certa, conhecimento e habilidades, pode-se adotar estratégias que tradicionalmente eram vistas como “ficção científica”.

 

As novas tecnologias estão acelerando e melhorando o intercâmbio de dados. Já a digitalização e a computação em nuvem trazem mais precisão e eficiência aos processos.

 

Portanto, o impacto das tecnologias IoT em outras áreas de nossas vidas também afeta os tipos de edifícios que designamos para atender às necessidades da sociedade.

 

Já podemos perceber as vantagens em edifícios completos e durante a fase de construção. Alguns exemplos:

  


1. Wearables para EPIs

Esta tecnologia inclui recursos como tecidos que mantêm os trabalhadores em temperatura mais baixa durante os meses mais quentes. Isso acontece por meio de sensores para fornecer monitoramento constante do corpo e do meio ambiente, bem como visores de realidade aumentada, para manter usuários atualizados sobre mudanças repentinas no ambiente envolvente, enviando sinais de alerta quando há algum perigo.

 

Os limites podem ser monitorados, para evitar a fadiga dos trabalhadores e possíveis acidentes. A computação portátil na forma de pulseiras também pode monitorar a saúde e o estado de alerta do funcionário. Assim, podem ser tomadas medidas se os limites correm o risco de serem excedidos.

  


2. Beacons de localização

Durante um projeto de construção, ocorrências, tais como fundos mal direcionados, entregas atrasadas ou incorretas e equipamentos de construção mal colocados são comuns. Muitos desses problemas podem ser rastreados, garantindo que sejam informados aos responsáveis e solucionados.

 

O desenvolvimento da tecnologia da construção está ajudando a combater essas questões, permitindo interações aceleradas e mais suaves entre clientes, desenvolvedores e trabalhadores.

 

Por exemplo, as etiquetas RFID podem ser usadas para rotular e rastrear equipamentos de construção. As tags podem ser usadas remotamente para monitorar os números de qualquer máquina, reduzindo os custos associados ao deslocamento.

 

 

3. Monitoramento preciso de máquinas

As ferramentas e as máquinas terão sensores capazes de identificar quando precisam ser reparadas. Por conta disso, terão como informar aos usuários essa situação e, também, agendarão seus próprios compromissos de reparação antes de uma falha mecânica.

 

Por meio da Internet das Coisas, os equipamentos podem enviar informações sobre a quantidade de energia elétrica que eles usam, de modo que a iluminação após o horário de trabalho possa ser ajustada para garantir a economia de energia.

 

As máquinas podem enviar informações sobre o tempo de inatividade, para que os períodos de desligamento possam ser ajustados sem penalizar os projetos durante o tempo necessário para reiniciar as máquinas.

 

 

4. Smart Grid da planta industrial

Essa tecnologia usa sensores sem fio embutidos em pilhas de cimento de concreto para garantir a qualidade e integridade de uma estrutura. Esses sensores podem fornecer monitoramento de carga e eventos para a construção do projeto durante e após a conclusão.


 

Os modelos de computador que foram utilizados para direcionar a construção da vida real podem, por sua vez, ser atualizados por sensores colocados nos edifícios que foram construídos. Os sensores podem enviar informações sobre a forma como os materiais são afetados pela mudança climática e pela passagem do tempo.


 

Eles também podem fornecer informações sobre possíveis mudanças na eficiência energética na cobertura, como as estruturas se comportam quando há tremores de terra ou como uma ponte se dobra sob o peso do tráfego de passagem.

 

 

5. Impressoras 3D


Thiago Galassi, coordenador do Bricolab da Leroy Merlin: sete impressoras 3D à disposição do público | Germano Lüders. (Foto: Exame/Reprodução)

 

Desde quando surgiu uma das primeiras patentes de impressoras 3D, ainda na década de 80, o método melhorou muito. A máquina era cara, lenta (demorava mais de um dia para imprimir um objeto de 10 centímetros, o que hoje pode ser feito em menos de uma hora) e estava limitada ao polímero.


 

Foi por meio do investimento de universidades e de grandes empresas, como HP e GE, que o processo se tornou mais rápido e barato — além de ganhar “cargas” que vão de insumos industriais a órgãos humanos.


 

A versatilidade desse dispositivo é tão atraente que os interessados pela tecnologia crescem. De acordo com um estudo da consultoria Wohler Associates, o número de fabricantes dessas máquinas aumentou de 97, em 2016, para 135, em 2017.


 

Entre os entusiastas está a Nasa, que pagou 125 000 dólares para uma empresa texana desenvolver um aparato de impressão de comida para os astronautas — o que revolucionaria a alimentação no espaço.


 

Mas engana-se quem pensa que o maquinário fica restrito às empresas e às universidades. “Assim como hoje, quando você precisa imprimir seu TCC vai até uma gráfica, haverá locais para imprimir projetos, protótipos e peças em 3D”, afirma Claudio Raupp, presidente da HP.


 

E esses lugares já estão começando a surgir. Um deles é o Bricolab, oficina de bricolagem da companhia de materiais de construção Leroy Merlin.

 


Construído em uma das lojas de São Paulo da multinacional francesa, o ambiente tem sete impressoras desse tipo à disposição dos frequentadores (clientes ou não da loja) que, para usá-las, pagam 50 reais pela primeira hora e 25 reais por hora adicional.



  

6. Betoneira conectada

 


Internet das construções: Sensores em caminhões que carregam concreto ajudaram Engemix a otimizar operações e economizar dinheiro. (Foto: Exame/Reprodução)
 

Se alguém um dia duvidou que a internet dominaria o mundo, os últimos dois anos, pelo menos, mostraram que quase não há mais motivos para acreditar no contrário. De cafeteiras e torradeiras a lâmpadas, fechaduras e carros, produtos dos mais diversos já podem ser conectados à web para diferentes funções. Mas se ainda restavam algumas incertezas quanto à ascensão desse conceito de internet das coisas, um conceito mais novo veio para ajudar a enterrá-las: o caminhão betoneira conectado.

 


A ideia foi desenvolvida pela brasileira TIVIT, uma fornecedora de soluções digitais, e é usada pela Engemix, braço especializado em concreto da Votorantim. A solução não é simplesmente um caminhão conectado à internet, mas sim uma betoneira incrementada com sensores, usados para monitorar atividades e enviar dados para análise das empresas.


 

O projeto surgiu da necessidade que a Engemix tem de manter um fluxo contínuo de concreto chegando nas construções de seus clientes. Em uma obra grande, como a de um prédio, são necessárias algumas dezenas de caminhões, que não podem parar de chegar, ou a estrutura corre o risco de ser comprometida. Os veículos ainda têm menos de 3 horas para ir até o terreno, descarregar o material e voltar para recarregar.

 


É um desafio logístico, que criava um verdadeiro caos operacional. A fornecedora precisava dar estimativas de horários de chegada das betoneiras, para que os clientes ficassem preparados para recebê-los e fazer a concretagem (o processo de aplicação e finalização do material na construção). Mas atrasos (ou até adiantamentos) podiam acontecer, o que afetava toda a cadeia de processos, gerava reclamações e resultava em dinheiro e tempo perdidos.


 

A forma de minimizar o risco de problemas foi equipar os veículos com um conjunto de quatro sensores. Os equipamentos monitoravam a posição dos caminhões nos mapas e até mesmo o lado para o qual as betoneiras deles giravam. Se elas começavam a se mover para a direita, era sinal de que o concreto estava sendo descarregado.


 

Três caminhões foram usados na fase inicial de implementação da solução. Os dados enviados por eles pelas redes 2G ou 3G deram à Engemix uma noção melhor de como as operações fluíam. As informações também ajudaram a empresa a dar estimativas mais precisas de horário de chegada das betoneiras, otimizando todos os processos. A redução de perdas, com isso, foi de mais de 30% nos primeiros meses, segundo a TIVIT.


 

O resultado fez com que a aplicação dos sensores fosse ampliada, chegando a quase 100% da frota. Os clientes, por exemplo, passaram a também ter acesso às informações de localização, diminuindo o número de chamadas recebidas pelo call-center. “E na terceira fase, a Engemix vai analisar como os hábitos de direção dos caminhoneiros afetam os gastos de manutenção e com combustível nos veículos”, explicou a EXAME Norberto Tomasini, diretor de negócios digitais da TIVIT.


 

Desenvolvido especificamente para a indústria do concreto, o software contribui para que as 22 mil entregas mensais da empresa sejam feitas com mais de 80% de pontualidade (mesmo patamar das melhores concreteiras dos Estados Unidos). Pelos sensores no interior dos balões, permite saber se os caminhões estão aguardando ou descarregando, e o gerenciamento dos resultados apresentados pela inteligência, com indicadores precisos e simples.


 


Fontes:

- Internet das Coisas na construção: 4 exemplos incríveis!, da Mega
Sistemas Corporativos.

- As impressoras 3D vão mudar o mundo e esses setores já estão se adaptando, da Exame

-  Betoneira conectada é prova de que a internet das coisas veio para ficar, da Exame

- Construtoras acompanham entrega de concreto na obra em tempo real com aplicativo pioneiro no setor da construção, da Revista Brasil Construção

 


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