Este ano começa com perspectiva favorável na geração de empregos no setor (Foto: Marco Favero/NSC Total/Reprodução)
O ano passado marcou uma virada na geração de empregos na Construção Civil em Santa Catarina. O
setor registrou saldo positivo com a criação
de 3.570 vagas, conforme o relatório mais recente do Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged) — dados até novembro. Esses números se
contrastam com as dificuldades em 2017, que fechou 503 postos de trabalho no
Estado, além de ter o segundo pior
resultado entre as oito áreas analisadas pelo Caged.
Os maiores volumes de contratação ocorreram no início do ano.
O setor teve saldo de 1.646 vagas geradas em janeiro. Já em abril foram 1.287
novos postos de trabalho. O acumulado de 2018 chegou a 4.336 empregos em
agosto, mas diminuiu nos três meses seguintes. Entre os oito segmentos
analisados no Caged, a Construção Civil foi
o quarto que mais criou empregos em SC.
Esse ciclo de contratações é comum no setor. De acordo com
Hélio Bairros, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil
(Sinduscon) de Florianópolis, durante o segundo semestre, geralmente, há um grande número de obras encerradas e
outras que são adiadas para o início do ano seguinte, que costuma ser o
período em que mais empreendimentos são lançados.
O destaque catarinense é Itapema, onde a Construção Civil se tornou o segmento que mais gerou vagas de emprego entre
janeiro e novembro de 2018. A possibilidade de morar na praia e o bom
custo-benefício dos imóveis estão entre os motivos que atraem mais compradores
para a região, conforme o presidente do Sinduscon de Itapema, João Formento.
Ele explica que os apartamentos do município são maiores
por causa do Plano Diretor e da outorga
onerosa, projeto aprovado na Câmara de Vereadores no ano passado e que
possibilita mais construções.
“Na comparação com Balneário Camboriú, nossos apartamentos
são cerca de 30% maiores e o preço é
menor, então por isso está acontecendo essa procura. Por aqui os preços
ainda estão dentro da normalidade porque há espaço para construir e os terrenos
não são tão caros”, explica.
O município teve saldo positivo de 684 postos de trabalho, sendo que 517 foram criados pelo setor e
ocupados por engenheiros, arquitetos, mestres de obra, pedreiros, carpinteiros,
serventes, entre outros profissionais.

Itapema foi a cidade que abriu maior número de vagas (Foto: Marco Favero/NSC Total/Reprodução)
Investimentos
em cidades vizinhas
Os dados do Caged também demonstram que os empresários
estão deslocando seus investimentos para municípios
vizinhos dos principais mercados. Um exemplo é Camboriú, que teve saldo de 237 novas vagas de emprego na
Construção Civil entre janeiro e novembro de 2018. Outro é Navegantes, que abriu ao longo do ano 273 postos de trabalho, dos
quais praticamente metade (130) foram no setor.
Em Florianópolis, o saldo positivo foi de 379 empregos,
tornando-se o segundo setor que mais
gerou vagas na Capital catarinense atrás apenas de serviços. O número é
superior a 2017, quando foram criados 161 postos de trabalho. Entretanto,
naquele ano o segmento puxou a geração de empregos, já que a cidade fechou o
ano com déficit de 3.694 vagas.
“Não houve aumento significativo de empregos e lançamentos.
Mas ao menos encerramos o ano com um cenário
favorável para 2019”, analisa Hélio Bairros.
As situações em Blumenau
e Joinville foram praticamente inversas. Após o setor fechar 155 postos de
trabalho em 2017, no ano seguinte a cidade do Vale do Itajaí conseguiu se
recuperar e atingiu saldo positivo de 332 empregos criados.
Por outro lado, a maior cidade do Estado enfrenta um
momento difícil com o índice negativo
de 116 vagas na Construção Civil em 2018, enquanto o ano anterior teve saldo de
92 empregos.
A expectativa dos empresários é que o número de contratações aumente em 2019. A
possibilidade de retomada do setor, que está com os melhores indicadores dos
últimos quatro anos, pode fazer com que vários profissionais que perderam
espaço durante a crise econômica tenham
uma recolocação no mercado.
“A área de
Engenharia foi a mais afetada, mas muitos pedreiros, carpinteiros,
eletricistas e encanadores também perderam vagas nos últimos cinco anos. Com a
expectativa de mais lançamentos neste ano, esses profissionais devem ser procurados
para tocar os empreendimentos que estão sendo concebidos”, afirma o presidente
do Sinduscon de Florianópolis.
Déficit
de mão de obra
Em Itapema, segundo o presidente do Sinduscon de Itapema,
João Formento, algumas construtoras já enfrentam
dificuldade para contratar profissionais com escolaridade e experiência.
Ele prevê que o problema será recorrente se o setor crescer conforme o
esperado, já que a mão de obra local estará ocupada e as empresas precisarão de
mais funcionários.
“A grande demanda será por trabalhadores qualificados. Um exemplo é a nossa dificuldade em encontrar bons Engenheiros de execução. Mestre de obras é outro problema porque não conseguimos achar mais profissionais por aqui”, frisa Formento.
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