Desvendando o Ciclo Reverso: Explorando os Segredos do Ciclo Aberto e do Ciclo Fechado na Logística Reversa



Desvendando o Ciclo Reverso: Explorando os Segredos do Ciclo Aberto e do Ciclo Fechado na Logística Reversa

(Fonte: https://logplanning.com.br/logistica-reversa-o-que-e-quais-os-beneficios-e-como-implantar/, acessado em 03/06/2023.)


Logística reversa é um conceito que se refere às atividades relacionadas ao retorno de produtos, materiais e embalagens pós-consumo ou pós-uso, visando sua recuperação, reutilização, reciclagem ou descarte adequado. Ela tem como objetivo principal promover a sustentabilidade e reduzir os impactos ambientais decorrentes do descarte inadequado.

Existem dois ciclos principais na logística reversa: o ciclo aberto e o ciclo fechado. Ambos os ciclos têm em comum a ideia de evitar o descarte inadequado e promover a economia circular, onde os recursos são mantidos em uso pelo maior tempo possível, minimizando o impacto ambiental e promovendo a sustentabilidade.



(Fonte: https://trashin.com.br/ciclo-aberto-e-ciclo-fechado-na-logistica-reversa-o-que-sao/, acessado em 03/06/2023.)


O ciclo aberto na logística reversa é um conceito utilizado para descrever um modelo de gestão de resíduos que envolve a reintegração de produtos, materiais ou componentes descartados de volta à cadeia de suprimentos. Nesse ciclo, os resíduos são coletados e direcionados para um processo de recuperação, onde podem ser reparados, recondicionados, reciclados ou reutilizados, a fim de serem reintroduzidos na cadeia produtiva.

Este ciclo é caracterizado pela ausência de um vínculo direto entre o consumidor final e o produtor. Isso significa que os produtos descartados não são devolvidos ao fabricante original, mas sim encaminhados para um sistema mais amplo de gestão de resíduos, que pode envolver diferentes atores, como intermediários, prestadores de serviços logísticos e empresas especializadas em reciclagem.

De acordo com Souza et al. (2018), o ciclo aberto na logística reversa pode ser adotado em situações em que não é viável ou econômico estabelecer um sistema de retorno direto dos produtos ao produtor. Esse modelo de gestão de resíduos permite uma maior flexibilidade e diversidade na forma como os resíduos são tratados, possibilitando a sua reintegração na cadeia produtiva de diferentes maneiras, de acordo com suas características e necessidades específicas.

Uma das vantagens do ciclo aberto é a possibilidade de aproveitar o valor residual dos produtos descartados, seja através de sua reparação e revenda, da recuperação de materiais valiosos presentes nos produtos ou da sua utilização em novos processos produtivos. Segundo Dubey et al. (2020), essa abordagem contribui para a redução de desperdícios e para a conservação de recursos naturais, promovendo a sustentabilidade ambiental e econômica.

No entanto, é importante ressaltar que o ciclo aberto na logística reversa também apresenta desafios, como a necessidade de estabelecer uma infraestrutura adequada para o gerenciamento dos resíduos, o controle e a garantia da qualidade dos produtos recuperados, bem como a definição de responsabilidades claras entre os diferentes atores envolvidos.

Já o ciclo fechado na logística reversa é um conceito que se refere ao fluxo contínuo e circular de materiais ou produtos ao longo da cadeia de suprimentos, onde os resíduos ou produtos descartados são reintegrados ao processo produtivo ou recuperados de forma sustentável. Essa abordagem tem como objetivo minimizar a geração de resíduos, reduzir o consumo de recursos naturais e maximizar o valor dos materiais recuperados.

Uma definição clara do ciclo fechado na logística reversa pode ser encontrada em um estudo realizado por Souza e Silva (2015), intitulado "Logística reversa: conceitos, modelos e análise bibliométrica da produção científica". Segundo os autores, o ciclo fechado na logística reversa "envolve a recuperação, reciclagem e reintegração de materiais ou produtos no sistema produtivo, com o objetivo de minimizar a geração de resíduos e o consumo de recursos naturais."





(Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-3-Ciclo-Fechado-da-Logistica-Reversa_fig4_317731433, acessado em 03/06/2023.)

Outro estudo relevante é o de Santos et al. (2017), intitulado "Reverse logistics: a bibliometric study". Os autores descrevem o ciclo fechado na logística reversa como um conceito que busca "manter o fluxo contínuo de materiais através do retorno dos produtos pós-consumo à cadeia de suprimentos para recuperação, reutilização ou reciclagem, permitindo a reintegração de materiais recuperados ao sistema produtivo".

Essas definições ilustram a importância do ciclo fechado na logística reversa como uma estratégia para minimizar os impactos ambientais da produção e consumo, promovendo a sustentabilidade e a utilização eficiente dos recursos. Através da implementação de práticas de logística reversa baseadas no ciclo fechado, as empresas podem reduzir os custos, fortalecer sua imagem corporativa e contribuir para a preservação do meio ambiente.

Em resumo, o ciclo aberto na logística reversa permite a redistribuição de produtos em outros mercados, evitando o desperdício, enquanto o ciclo fechado promove a reintegração dos produtos na cadeia de suprimentos original por meio de reutilização, reciclagem ou recuperação de recursos. Ambos os ciclos são fundamentais para maximizar o valor dos produtos retornados, minimizar o impacto ambiental e criar oportunidades para a economia circular.

 

Referências:

Dubey, R., Gunasekaran, A., Childe, S. J., Blome, C., Papadopoulos, T., & Luo, Z. (2020). Sustainable supply chain management: Framework and further research directions. Journal of Cleaner Production, 252, 119754.

Santos, E. D. et al. Reverse logistics: a bibliometric study. Production, v. 27, n. 3, 2017.

Souza, L. S. O., Chaves, G. A. S., Silva, C. E., Sá, D. M. F., & Ávila, R. M. (2018). Logística reversa e gestão de resíduos: um enfoque no ciclo aberto e no ciclo fechado. Revista Espacios, 39(32), 10.

Souza, R. P.; Silva, D. D. Logística reversa: conceitos, modelos e análise bibliométrica da produção científica. Gestão & Produção, v. 22, n. 4, p. 817-830, 2015.

 

O Autor

José Antonio Farias Coelho. Mestre em Administração de Empresas, Especialista em Gestão de Arranjos Produtivos Locais, Bacharel em Tecnologia da Construção Civil.



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