Edifícios inteligentes: Uma tendência para aproveitar na Construção Civil



Edifícios inteligentes: Uma tendência para aproveitar na Construção Civil

Econômico, saudável e sustentável. Estas são as principais características do chamado edifício inteligente, que vem cada vez ganhando mais espaço no mercado, principalmente, em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, considerados os maiores investidores desse modelo de empreendimento no Brasil. “Quando falamos de edifícios inteligentes, não falamos de uma moda, mas sim de uma tendência que está há mais de dez anos no mercado”, afirma o Prof. Marcos Casado, engenheiro civil especializado em Gestão Ambiental Empresarial.


Diferente das construções tradicionais, a obra inteligente combina os benefícios das tecnologias sustentáveis e saudáveis, sendo possível, por exemplo, reduzir o consumo de água e tratar a qualidade da mesma para uso dos moradores. “A partir do momento que você tem construções mais saudáveis, você gera um ambiente mais agradável e confortável, proporcionando mais produtividade para todos.” De acordo com o Prof. Marcos Casado, 60% das edificações do mundo estão enfermas. “Ou seja, as pessoas quando vão trabalhar ou viver nesses locais, acabam se sentindo mal, e aí, lógico, diminuem a sua produtividade”, destaca.


Um dos grandes cases brasileiros é a Arena Castelão, localizada em Fortaleza, no Ceará. Após passar por algumas reformas no período da Copa do Mundo de 2014, a construção foi pensada para ser “inteligente” e ganhar uma série de ferramentas e tecnologias eficientes. Só no quesito “Materiais de baixa emissão”, 100% das colas e selantes e das tintas e revestimentos utilizados internamente atendem aos limites de compostos orgânicos voláteis (COV) padronizados. “É um tipo de tinta que não faz mal ao usuário, não apresentando aquele ‘cheiro’ de tinta, responsável por provocar reações negativas ao corpo. Então, você pode pintar o ambiente e usá-lo no dia seguinte que não tem problema.”


Oportunidades e desafios


Conforme o Prof. Marcos Casado, já contamos mais de 1.5 mil empreendimentos sustentáveis no País, incluindo as obras inteligentes. Apesar desse resultado positivo, existem pontos que podem ser melhorados para expandir ainda mais esse mercado, como o aumento da participação do Governo em projetos “verdes”. “O incentivo está começando a partir de uma iniciativa do Governo Federal: o Selo Procel de Economia de Energia, que passou a ser obrigatória para todos os edifícios públicos federais. Ela ainda não é adotada por outros níveis de Governo, como Estadual e Municipal”, ressalta.


Outro fator é a falta de especialistas no segmento. “No Brasil, apenas 410 profissionais apresentam o certificado Profissional LEED AP (Accredicted Professional), que oferece conhecimento sobre a ferramenta LEED e permite prestar consultorias em processos de certificação de edifícios sustentáveis.” Segundo o especialista em Gestão Ambiental Empresarial, há muitos casos onde as empresas pegam profissionais de outros estados para suprir suas necessidades locais. “Por isso, nunca esqueçam que o mercado muda constantemente. A gente está sempre se atualizando. O ideal é fazer um curso a cada dois anos”, finaliza.


Edifício sustentável ou saudável?


Embora tenham conceitos similares, os elementos “sustentáveis” e “saudáveis” têm papéis diferentes na Construção Civil. O primeiro tem como finalidade economizar os recursos energéticos e hídricos e diminuir os impactos ao meio ambiente. Já o segundo prioriza o bem-estar dos usuários, através de dispositivos tecnológicos, como o sistema de osmose reversa. “Por exemplo: A ‘sustentabilidade’ olha as instalações hidráulicas com foco em reduzir o consumo de água através de dispositivos econômicos, enquanto a ‘saudável’ verifica a qualidade da água ofertada no empreendimento”, exemplifica.


Por isso, os edifícios inteligentes se destacam no segmento, pois, além de gerar economia, promovem mais qualidade de vida. “Porque esses edifícios são valorizados no mercado? Porque são empreendimentos que estão à frente no mercado”, finaliza o especialista em Gestão Ambiental Empresarial.


Pós-Graduação