Em quais países o BIM é obrigatório para projetos públicos?



Em quais países o BIM é obrigatório para projetos públicos?
(Imagem: Reprodução - ArchDaily Brasil)
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Quando falamos em metodologia BIM, nos referimos a uma forma de trabalho nova e muito avançada tecnologicamente. Por outro lado, se prestarmos atenção, vemos que sempre falamos em tempos futuros, como: "daqui a 10 anos todo mundo vai ..." ou "essa é a metodologia de amanhã". No entanto, sempre surgem dúvidas sobre se essa metodologia é obrigatória e, mais importante, quando se tornará obrigatória. Pois bem, neste artigo iremos analisar de forma resumida como o BIM é atualmente tratado em todo o mundo.



Espanha


O caso da Espanha é um pouco peculiar, visto que, em comparação com outros países da Europa e do resto do mundo, esta implementação foi um pouco mais contida. Desde 2018 esta metodologia de trabalho é obrigatória para projetos de concursos públicos superiores a 2 milhões de euros. Planos foram feitos para avançar para uma nova etapa, mas, devido à atual situação da saúde mundial, esses projetos têm avançado mais lentamente do que o esperado.



O país conta com plataformas criadas pelo Ministério das Obras Públicas e Transportes que buscam auxiliar as empresas e orientar os técnicos na implementação do BIM de forma mais ordenada. Por outro lado, guias de instrução e difusão estão sendo desenvolvidos.



Europa


O caso da Europa, embora um pouco mais geral, é mais avançado. O Reino Unido e os países escandinavos estão na vanguarda do continente. Essas áreas começaram a implantar o BIM mais cedo em seus territórios, por isso já estão em uma fase mais avançada e regulamentada. No Reino Unido, seu uso é obrigatório para todos os projetos públicos.



As coisas são diferentes na Alemanha, França e Itália. Paris pressionou pelo chamado Plano de Transição Digital para Construção (Plan BIM 2022), que visa implantar integralmente a metodologia em todo o país até o ano de 2022. O caso da Alemanha é um pouco diferente, pois já contava e seguia o modelo de implantação britânico, e também porque os clientes privados eram os que solicitavam o BIM, às vezes superando as demandas do governo. A Itália está planejando concluir uma fase inicial de implementação em 2022 para praticamente todos os projetos, mas, de acordo com seus planos, em 2025 seu uso será finalmente obrigatório para todos os projetos com um orçamento inferior a 1 milhão de euros.



América do Sul


A metodologia BIM chegou à América do Sul um pouco tarde, por isso sua implementação tem sido um pouco mais difícil. No entanto, graças às altas capacidades de aprendizado e ao senso de inovação encontrados nesta parte do mundo, a implantação está ocorrendo em um ritmo rápido. Países como Colômbia, Peru e Chile estão na vanguarda na implementação do BIM. Esses territórios já têm plataformas ou decretos que impulsionam o BIM, como o Plano BIM do Peru ou o plano estratégico “Build 2025” do Chile.



Países como Venezuela, Equador ou Costa Rica são um caso à parte. Lá a implementação dessa metodologia não está indo tão rapidamente e a introdução do BIM no país tem sido difícil.



No meio desses dois casos, em relação à implantação do BIM, encontramos países como Argentina, Brasil ou México, que têm trabalhado muito na formação e na conscientização, mas têm experimentado uma evolução relativamente lenta. O governo do Brasil estabeleceu, através do decreto nº 10.306, de 2 de abril de 2020, a utilização do BIM na execução direta ou indireta de obras e serviços de engenharia realizadas pelos órgãos e pelas entidades da administração pública federal. A implementação do BIM ocorrerá de forma gradual, em três fases, em que a primeira entrou em vigor no início de 2021 e a última se iniciará em 2028.



Austrália, EUA e Canadá


Os Estados Unidos são um exemplo claro de sucesso. Eles são os pioneiros e criadores desta metodologia e, como tal, são o país mais avançado. Eles contam com anos de experiência no uso dessas ferramentas e são considerados os líderes atuais. O Canadá, embora esteja atrás dos EUA, está avançando muito rapidamente, graças a estar tão perto de seus vizinhos e ter ótimas comunicações de emprego.



O caso da Austrália é um pouco diferente. Graças ao relacionamento com o Reino Unido, junto com a Nova Zelândia, eles têm feito um grande progresso na implementação. É por isso que grandes projetos públicos na Austrália já estão sendo realizados com a metodologia BIM, e sua implantação em projetos arquitetônicos está se tornando cada vez mais comum.



Com tudo isso dito, não se deve esquecer que, devido às atuais condições de saúde que afetam o mundo, a implantação e compulsão do BIM em projetos públicos e privados têm passado por uma pequena fase difícil em todo o mundo. No entanto, este método de trabalho é ainda uma aposta segura no futuro, e todos sabemos que, em breve, a sua utilização será mais do que necessária.



BIM

 

O BIM (Building Information Modeling) é uma metodologia de trabalho colaborativo para a gestão de projetos de edificações ou obras civis através de um modelo digital. Esta maquete digital forma um grande banco de dados que permite gerenciar os elementos que fazem parte da infraestrutura durante todo o seu ciclo de vida.



A metodologia BIM assume uma verdadeira revolução tecnológica para a cadeia de produção e gestão de edifícios e infraestruturas. Esta ferramenta permite construir de forma mais eficiente, reduzindo custos ao mesmo tempo que permite que designers, construtores e outros agentes envolvidos trabalhem de forma colaborativa.



Do ponto de vista institucional, o uso da metodologia BIM é um facilitador de uma política de construção e edificação sustentável, da eficiência do gasto público e da competitividade nacional.



Fontes:

- ArchDaily Brasil

- BIM - Espanha



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