Geossintéticos: A tecnologia certa para obras de Geotecnia



Geossintéticos: A tecnologia certa para obras de Geotecnia

Ao passar dos anos, novas tecnologias são desenvolvidas para melhorar os processos e gerar mais resultados na Geotecnia, ramo da engenharia que lida com a interferência de obras de infraestrutura de qualquer natureza com a sua fundação. Um exemplo são os geossintéticos, que vêm ganhando cada vez mais espaço no mercado. “Isso acontece principalmente devido sua capacidade de substituir materiais orgânicos, como argila e madeira, por sintéticos, bem como uma aplicação mais rápida e pratica”, garante o Prof. Marcos Barreto de Mendonça, engenheiro civil mestre e doutor em Geotecnia.


O dispositivo sintético apresenta diversas funções entre as quais se destacam separação, filtração, drenagem, contenção de fluidos/gases, ou controle de processos erosivos. A partir disso, foram simplificados vários sistemas de Engenharia, como construções sobre solos frágeis, ganho de estabilidade em taludes com dimensão e inclinação menores, mitigação da erosão do solo entre outros. “Quando íamos projetar um aterro de resíduos sólidos urbanos (aterro de lixo), era necessário colocar muitas camadas de argila compactada para impermeabilizar o solo do local. Hoje basta colocar alguns centímetros de geomembrana para resolver a situação”, exemplifica.


É importante ressaltar que a técnica de aplicação dos geossintéticos está em pleno desenvolvimento, por isso, os produtos estão em constante evolução, contudo podemos destacar os materiais relacionados abaixo como sendo os principais devido aos seus volumes de aplicação nas obras.


Foto: Divulgação


1 – Geotêxteis


Composta de fibras, filamentos ou tecidos flexíveis e permeáveis, a manta é utilizada para aplicações de separação, proteção, filtração, drenagem, reforço e controle de erosões. “Além de apresentar uma aplicação mais rápida e pratica, o geossintético permite desenvolver algumas teorias importante, como a do Solo Reforçado", afirma o Prof. Marcos Barreto de Mendonça


2 - Geogrelhas


As geogrelhas são mecanismos que reforçam a resistência do solo. Diferente das ferramentas friccionais aplicados nos geotêxteis, este geossintético permite uma maior interação e ancoragem no meio inserido, pois proporcionam uma comunicação do solo aterrado. Essa relação depende basicamente das propriedades mecânicas do solo e das propriedades da geogrelha, sendo função de dois mecanismos: cisalhamento na interface e cisalhamento do solo confinado nos orifícios da malha.


3 – Georredes


Formado por duas séries de membros extrudados paralelos, que se interceptam em ângulo constante, o geossíntetico possui alta porosidade ao longo do plano, sendo usado para conduzir elevadas vazões de fluidos ou gases. É comumente utilizada entre dois geotêxteis, entre duas geomembranas ou entre um geotêxtil e uma geomembrana, para evitar que seus canais sejam obstruídos pelo solo ou pelos resíduos.


4 - Geomembranas


As geomembranas são mantas contínuas e flexíveis constituídas de um ou mais materiais sintéticos. Elas possuem baixíssima permeabilidade e são usadas como barreiras para fluidos, gases ou vapores. Na Engenharia Civil, o material é aplicado na construção de canais de irrigação e diques, além de ser aplicado na impermeabilização de túneis, lajes, tetos e lagoas de armazenamento.


5 – Geocompostos


Os geocompostos são fabricados pela associação de dois ou mais tipos de geossintéticos, como geotêxtil-georrede e geotêxtil-geogrelha. Atuam efetivamente como barreira para líquido ou gás e são comumente usados em aterros sanitários em conjunto com geomembranas.


6 – Geotubos


Os geotubos são tubos poliméricos perfurados ou não usados para drenagem de líquidos ou gases, incluindo coleta de chorume ou gases em aplicações de aterros sanitários. Em alguns casos o tubo perfurado é envolvido por um filtro geotêxtil.


7 – Geoexpandido


Os geoexpandidos são blocos produzidos por meio da expansão de espuma de poliestireno para formar uma estrutura de baixa densidade. Eles são usados para isolamento térmico, como um material leve em substituição a aterros de solo ou como uma camada vertical compressível para reduzir pressões de solo sobre muros rígidos.



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