Hidrogênio verde: Brasil avança na produção do novo combustível, mas ainda enfrenta desafios



Hidrogênio verde: Brasil avança na produção do novo combustível, mas ainda enfrenta desafios

(Imagem: Fantástico/Reprodução)



O mundo em transição busca um substituto para o petróleo. O segundo episódio da série "O Futuro da Energia", do programa Fantástico, no dia 29/10/2023, mostrou como o hidrogênio destaca-se como uma alternativa viável nesse cenário. Depois de pronto, esse elemento pode ser usado pelas indústrias do Brasil ou exportado para outros países.


O hidrogênio é hoje uma alternativa de produção de um combustível que pode perfeitamente substituir os combustíveis fósseis em todas as aplicações. Desde que o hidrogênio seja obtido a partir de uma fonte renovável”, explica o professor do Instituto de Energia da PUC-Rio e especialista em transição energética, Edmar de Almeida.


O hidrogênio é verde quando produzido a partir de uma fonte de energia 100% renovável, como uma usina solar. Esse novo combustível é o resultado de pesquisas, investimentos e da urgência em construir um futuro energético sustentável.


O hidrogênio é o elemento mais abundante da natureza, está em todo lugar, no nosso corpo, no nosso dia a dia. O cafezinho que a gente toma tem muito hidrogênio, na fórmula química do café, do açúcar e, claro, da água. Água que é matéria-prima na produção do hidrogênio verde.



Impacto sustentável nas indústrias


(Imagem: Fantástico/Reprodução)



O hidrogênio já é usado pelas indústrias. Só que, hoje, ele vem de uma fonte fóssil: o gás natural, que emite gás carbônico. Indústrias siderúrgicas, de cimento, químicas e farmacêuticas dependem dos combustíveis fósseis e são consideradas de difícil descarbonização. O hidrogênio verde aparece como uma alternativa sustentável - com emissão bem perto do zero.


Uma máquina instalada no complexo portuário do Pecém, no Ceará, simula como seria a queima de uma indústria usando o hidrogênio verde. Não sai fumaça nenhuma. Diante desse potencial, o Complexo já tem pré-contratos assinados com quatro empresas para a produção do novo combustível.


"Nós estamos falando de investimentos da ordem de 8 bilhões de dólares até 2030. De um processo de neoindustrialização verde, aproveitando a transição energética para colocar o Brasil, o Ceará, o Pecém, como protagonista nesse processo de transformação mundial", ressalta Hugo Figueiredo, Pres. da Companhia de Desenvolvimento do Complexo do Pecém.



Cooperação internacional


A União Europeia quer ter a economia 100% descarbonizada até 2050.


"O porto de Roterdã já tem a infraestrutura, mas não o suficiente para abastecer toda a Europa. Precisamos importar", diz Corné Hulst, Gerente-geral do porto de Roterdã.


Por isso, a parceria com o Brasil é tão importante para a usina que deve ficar pronta em 2028.


"O Brasil tem o que nós queremos. Sol, vento e tecnologia para exportar para a Europa".



Avanços das pesquisas


(Imagem: Fantástico/Reprodução)



O interesse tem feito multiplicar as pesquisas no país. Ricardo Ruther, professor da Universidade Federal de Santa Catarina, estuda energias renováveis há quase 30 anos. Todos os esforços da equipe dele estão voltados para a produção de hidrogênio verde.


"A gente traduz, então, a produção de energia solar e captação de água para a produção de hidrogênio verde, para com isso, eliminar a geração diesel, né? Esse ano o Brasil vai gastar R$12 bilhões para queimar diesel, para levar energia para menos de 1% da população. Em qualquer lugar da Amazônia, em qualquer lugar do mundo, você pode replicar esse ambiente aqui. E fazer tudo com os insumo locais sem precisar transportar nada".


Regulamentação como um desafio


O Brasil está na corrida pelo hidrogênio verde, mas a regulamentação é um desafio.


Até dezembro, nós enviaremos ao Congresso Nacional, o marco regulatório de hidrogênio verde. Nós acabamos de enviar o projeto combustível do futuro, integrando todas as políticas de descarbonização do setor de transporte e do setor de mobilidade”, anunciou o Ministro de Minas e Energia.


O programa nacional de hidrogênio está em andamento. Segundo o ministério, atualmente, existem 32 ações de incentivo no país.


"Até o ano 2030, o Brasil vai ter a grande chance de se estabelecer, de se consolidar como um grande produtor de hidrogênio verde", afirma Ricardo Ruther, professor da UFSC.


Confira a matéria completa.


Fonte:

- G1.



Pós-Graduação