O ecletismo na Arquitetura
pontificou entre nós na virada do século XIX para o XX. Com o progresso da
indústria começaram a surgir grandes
construções estruturadas em ferro, o que agilizava a subida de
edifícios, geralmente comerciais, cujo dinamismo produtivo impedia que ficassem
“parados” no tempo.
Com a estrutura pronta, fechavam-se paredes com alvenaria de tijolos maciços,
cobertos com reboco decorado com diversos tipos de enfeites, escolhidos por
catálogos vindos dos países mais desenvolvidos como Reino Unido, Alemanha,
França e EUA.
Nesses catálogos havia
de tudo: escadas das mais variadas formas, janelas das mais mirabolantes,
portas de todo jeito. Isso para se falar apenas da serralheria e da madeira,
mas vitrais espetaculares também eram oferecidos ao novo mundo empreendedor,
uma sorte de enfeites como frontões triangulares, coruchéus, taças, flores,
tudo em argamassa dura também estruturada em ferro.
Os edifícios viraram verdadeiras vitrines desses artefatos,
alguns até “abarrocados” por tanta
ornamentação. Muito criticado pelos nossos primeiros arquitetos
modernistas, o estilo caiu em quase desgraça, pois a nova ordem arquitetônica
preconizava a limpeza das formas, a
funcionalidade sem artifícios desnecessários, panos de vidro em fachadas para melhor
aproveitar a iluminação natural e telhas substituídas por lajes de concreto
armado, além, é claro, de algumas criações brasileiras desenvolvidas aqui para
ornamentar as mais variadas fachadas.
Muitos exemplos poderiam ser citados, como os Teatros Municipais do Rio de Janeiro e de
São Paulo, o infelizmente demolido Palácio Monroe, nosso antigo Senado
Federal, além de tantos outros que poderiam ser esmiuçados em outro
artigo. Projetos de Arquimedes Memória,
Oliveira Passos, Ramos de Azevedo e Souza Aguiar deram o tom eclético à Arquitetura
brasileira do período.

Theatro Municipal do Rio de Janeiro, inaugurado em 14 de julho de 1909. (Foto: Theatro Municipal do Rio de Janeiro/Divulgação)
Theatro Municipal do Rio de Janeiro em 2010. (Foto: Theatro Municipal do Rio de Janeiro/Divulgação)
Entretanto encontramos, para exemplificar, na Rua do Imperador em Petrópolis, uma
pérola eclética digna de nota e em muito bom estado, datada pela Prefeitura como
sendo de 1910. Pertencia a Manoel Joaquim da Costa e, no início dos anos 50 do
Século XX, foi transferida para Itatiaia Companhia de Seguros. Em sua loja funcionou, até bem pouco tempo, a
tradicional casa ‘A Predileta’ desde
o início dos anos 30, também do século XX.
Todavia, o referido edifício não possui esse exagero de
decoração quase obrigatório nessas construções: o nº 906, elegante edifício com
cinco pisos, lojas no térreo, como convém em rua de setor financeiro, tem nos
outros andares uma decoração variada,
onde não encontramos dois pavimentos iguais, portas e janelas com desenhos
diferentes, estuques em relevo, dando à fachada um aspecto da variedade de
elementos decorativos em disponibilidade no mercado internacional.
Vale dizer que o empenhado arquiteto idealizador deve ser
José Soares da Silva Sobrinho, o mesmo construtor que assina projeto de 1926,
onde, modificando o telhado, inclui o último pavimento, e ainda assim, nunca descambou para o exagero.
Pós-Graduação
em Preservação e Restauro do Patrimônio Histórico Edificado: Arquitetura e
Arqueologia
Coordenada pelos Professores M. Sc. Rogério Lima e Esp.
Luciano Cavalcanti a Pós-Graduação em Preservação e Restauro do Patrimônio Histórico Edificado - Arquitetura e Arqueologia tem como principal objetivo
formar profissionais que possam desenvolver trabalhos nas áreas de Arqueologia
Histórica e projetos de intervenções em edifícios históricos, com foco na reinserção do bem histórico no cotidiano
das cidades.
Com carga horária de 400h, a Especialização é um curso
pioneiro, que vem atender ao expressivo número de sítios históricos espalhados pelo país, com intuito de valorizar
sua importância simbólica, social e funcional. Para isso faz-se necessário a
formação de profissionais aptos a documentar, restaurar, conservar e
desenvolver tais edificações a fim de proteger este patrimônio cultural do povo
brasileiro.
Devidamente conectado com as normas brasileiras, o Curso foi
concebido para atender as demandas de intervenção, sem infringir as características originais das edificações. Para
tanto, dentro da grade de disciplinas são abordados assuntos fundamentais como
Teoria e história do restauro - 20h, Preservação e proteção do patrimônio
cultural - 20h, Centros históricos: conceitos e aspectos socioeconômicos - 20h,
dentre outras.
Além das disciplinas que fundamentam a atividade, a Pós apresenta 20h de Adaptabilidade e preservação do patrimônio, 20h de Metodologia do projeto de restauro, 20h de Método e técnica em pesquisa arqueológica, 20h de Práticas de identificação e documentação do patrimônio cultural, 20h de Requalificação urbana de centros históricos, além de disciplinas de Arqueologia e Museologia.