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A valorização, a (des)valorização e a (re)valorização dos esgotos
Desde 3 mil anos (AC), civilizações antigas já utilizavam dutos para transporte e reutilização de esgotos como fonte de nutrientes para a agricultura. Até o século XIX, o mundo (das Américas à Europa e à Ásia) reconhecia o valor do esgoto como fonte de nutrientes para agricultura, ao conduzi-lo para as “Fazendas de Esgotos”.
No entanto, a partir da Revolução Industrial (final do século XVIII), na cidade de Londres, o crescimento populacional e a limitação de áreas disponíveis para essas unidades de tratamento-reutilização-disposição final, geraram um novo interesse por métodos mais compactos de tratamento de esgotos para lançamento em corpos d’água.
Assim, os séculos seguintes foram marcados por avanços tecnológicos no sentido de se produzir efluentes de boa qualidade, ocupando menores áreas para destinação final em rios e oceanos.
Em resumo, tem-se o conhecimento de quase 5 milênios de valorização do esgoto com a prática de reuso. Mas, conforme já descrito, após a Revolução Industrial, passou-se a observar uma desvalorização dos esgotos, considerando-os como dejetos a serem tratados e dispostos, e não mais utilizados.
Entretanto, a população continuou a crescer de forma acentuada, e consequentemente a demanda hídrica também. Mais recentemente, com os efeitos das alterações climáticas que acometem todo o planeta e acabam por impor eventos de secas severas, há um grande interesse pela revalorização dos esgotos, como por exemplo a sua utilização na forma de reuso de água, para diversos fins.
No passado, a sociedade valorizava naturalmente os esgotos, considerando-os fonte de riqueza. Mas a ruptura desse entendimento ocorreu após a Revolução Industrial, em função do crescimento populacional acentuado. Mais recentemente, a sociedade contemporânea se constituiu baseada no conceito de que o esgoto é um resíduo e deve ser tratado para a disposição final e não para a reutilização.
No entanto, o mesmo crescimento populacional, que no passado foi responsável pela ruptura da reutilização, agora é responsável por um novo interesse pela revalorização dos esgotos, no sentido de se proceder com a recuperação de recursos.
Assim, para que essa revalorização aconteça de maneira planejada e sistematizada no Brasil, é importante que um longo processo de educação seja absorvido tanto por gestores e operadores de sistemas de reuso, como pela sociedade civil.
É nesse sentido, como forma de contribuição, que criamos o CMS reusodeagua.org com o objetivo de transferir e compartilhar conteúdo técnico-científico relacionado ao tema. Se você se alinha com esse conteúdo, participe do nosso Webinar de lançamento do site (17/06/2021 – 18h), visite a plataforma e nos siga nas redes sociais.
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