Plataforma BIM no DNIT - Entenda como será implantação



Plataforma BIM no DNIT - Entenda como será implantação
(Divulgação DNIT)
  

1. A implantação BIM no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT está inicialmente desenhada para ocorrer em ciclos, com a definição e a realização de uma sequência de projetos-pilotos que possibilitem o aumento gradual:

 

- Da quantidade de pessoas envolvidas;

- Da compreensão dos benefícios da mudança;

- Do convencimento; e;

- Do aprendizado (capacitação) dos envolvidos; sejam gestores, colaboradores internos ou empresas contratadas (projetistas e terceiros prestadores de serviços).

 


Cinco macro etapas serão realizadas em cada um dos ciclos:

 
(Divulgação DNIT)
  

2. Como primeiro projeto piloto para implantação BIM no DNIT foi definido programa ´PROARTE´, para recuperação e reabilitação de obras de arte especiais que fazem parte da malha rodoviária federal, sob a responsabilidade do órgão.

 

O PROARTE faz parte e foi incluído na lista de projetos pilotos definidos pela Estratégia de adoção e exigibilidade do BIM no âmbito do Governo Federal.

  

3. O planejamento da implantação BIM incluirá objetivos mais ambiciosos e de longo prazo, mas priorizará a realização de ações que possibilitem o alcance das chamadas ´vitórias-rápidas´ (´quick-wins´), para que os resultados alcançados auxiliem no esforço de comunicação, convencimento e engajamento dos envolvidos.

  

4. Em cada ciclo, se buscará alterar os modelos da operação, atualmente baseados apenas em documentos (Desenhos 2D, tabelas e textos), passando a executar processos melhorados, baseados em modelos BIM.

 

Com a evolução e aprendizado incremental, após a realização de vários projetos pilotos (ou vários ciclos), à médio prazo, espera-se alcançar um novo modelo de operação, com maior inteligência, maior integração e menor risco.

 
(Divulgação DNIT)
  

5. A priorização e maximização do uso dos softwares e soluções tecnológicas já adquiridos são premissas para a implementação do BIM no DNIT.

 

Entretanto, sabe-se desde já, que o diagnóstico e o planejamento da implantação BIM poderão indicar a necessidade da contratação de outros softwares e/ou desenvolvimento de aplicativos específicos.

 
  


Estratégia BIM no Brasil

 
(Divulgação DNIT)
  

No dia 7 de dezembro de 2016, foi assinado pelo Ministro Liam Fox (Reino Unido) e pelo Ministro Marcos Pereira, no MDIC, às 17:30h, um MOU – Memorandum Of Understanding que estabeleceu a cooperação entre os dois países para apoiar a iniciativa de desenvolvimento de uma estratégia para implantação e disseminação do BIM no Brasil.

 

O Governo Federal também, através do decreto publicado em 5 de junho de 2017, “Constituiu o COMITÊ ESTRATÉGICO DE IMPLEMENTAÇÃO DO BUILDING INFORMATION MODELING, denominado CE-BIM, de caráter temporário e com a finalidade de propor a Estratégia Nacional de Disseminação do BIM”, num claro movimento que indica estar motivado a adotá-lo no âmbito federal.

 

Tal decreto determinou o envolvimento de sete Ministérios: Casa Civil, Ministério da Defesa, Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Ministério das Cidades, Secretaria Geral da Presidência da República e Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, este último, a quem caberia a presidência e liderança.

 

A primeira reunião do CE-BIM, realizou-se em 11 de outubro de 2017, e, além da aprovação do seu próprio regimento interno, o Comitê determinou a criação de 5 Grupos de trabalho ad hoc. Foram eles:

 

I - Grupo de Regulamentação e Normalização;

II - Grupo de Infraestrutura Tecnológica;

III - Grupo Plataforma BIM;

IV - Grupo Compras Governamentais;

V - Grupo Capacitação de Recursos Humanos.

  

Outros vários órgãos também participaram dos debates e dos trabalhos de desenvolvimento da estratégia Nacional para a adoção do BIM, sendo alguns deles: Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), Sebrae, ABDI, Infraero, Ministério dos Transportes (DNIT e SAC), Ministério da Saúde, Ministério do Planejamento e Banco Central.

 

Num segundo momento, também foi criado o grupo ad hoc responsável pela Comunicação.

 

Os trabalhos foram realizados em inúmeras reuniões e workshops específicos, desenvolveram-se por vários meses e incluíram a contratação de duas consultorias, a GD Consult - Steinbeis,  como  facilitadora  dos  trabalhos  gerais  para  o  desenvolvimento  da estratégia e o escritório de advocacia Machado Meyer, que contribuiu nas análises do atual arcabouço legal e na definição das necessidades de ajustes para dar segurança jurídica à exigibilidade do BIM nos processos de compras governamentais.

  

Na abertura do 90º ENIC – Encontro Nacional da Indústria da Construção, evento anual promovido pela CBIC – Câmara Brasileira da Indústria da Construção, o então Presidente Temer assinou o decreto presidencial que instituiu o Programa BIM BR.

 

Dentre outras ações, o decreto criou o CG-BIM – COMITÊ GESTOR DO BIM, de caráter permanente e também sob a liderança do MDIC, que tem como principal incumbência empenhar todos os esforços para garantir a implementação da estratégia de adoção do BIM no Governo Federal que foi desenvolvida, definida e documentada pelo CE-BIM.

 

A estratégia estipulou três datas principais para os níveis gradativos de exigibilidade do BIM no âmbito do Governo Federal: 2021, 2024 e 2028. Dentre os primeiros projetos pilotos identificados pela estratégia, foi definido o Programa PROARTE do DNIT.

 

O compromisso mínimo assumido pelo DNIT requer que o órgão realize todas as adequações e capacitações necessárias para viabilizar a contratação de projetos e especificações para o programa piloto (PROARTE), em BIM, até o início do ano de 2021.

 

Embora o compromisso formal assumido esteja restrito ao programa PROARTE, a estratégia de adoção e implantação BIM no DNIT é mais ampla e tem objetivos bem mais ambiciosos. O PROARTE será apenas o primeiro piloto, que será utilizado como um primeiro passo para viabilizar a capacitação e aprendizado da organização.

 

 

O ROADMAP do Programa BIM BR

 
(Divulgação DNIT)
   

Projeto Piloto

 

Dentre os primeiros projetos pilotos identificados pela estratégia de adoção BIM do Governo Federal (Programa BIM BR), foi selecionado o Programa PROARTE do DNIT.

 

O PROARTE é o programa nacional que objetiva a realização da manutenção, recuperação e reabilitação de milhares de obras de arte especiais – OAE´s -  distribuídas pela malha de rodovias federais administradas pelo DNIT.

 

A opção por iniciar a implementação do BIM tendo como piloto o PROARTE, se apresenta como uma ´condição de contorno´ simplificadora, considerando que ainda são incipientes os casos de adoção BIM no segmento de Infraestrutura.

 

O Programa PROARTE é uma iniciativa oficial do DNIT, que está documentada em INSTRUÇÃO DE SERVIÇO específica, que foi publicada em 2017. Para se ter uma ideia da relevância e do tamanho do programa em questão, estima-se algo como 8.000 obras de arte distribuídas por cerca de 55.000 km de rodovias federais.

 

Embora o DNIT tenha Superintendências Regionais em todos os estados da federação, a gestão administrativa e técnica da manutenção das obras de arte especiais ocorre predominantemente na sede do órgão em Brasília.

 

Já foi realizado um inventário das OAEs existentes nas rodovias federais. As informações foram armazenadas e estão disponíveis num sistema chamado SGO – Sistema de Gerenciamento de Obras de Arte, que contém parâmetros de classificação destas OAEs de acordo com o seu estágio de conservação. É importante mencionar que no ano de 2018 foi dado início ao novo contrato de inspeções das OAE, que aprimora e atualiza o nível das informações existentes no SGO.

 

O DNIT também já possui e utiliza um sistema GIS no qual ao menos uma parte das OAEs já está cadastrada.

 

Num esforço mais recente, realizado para essa iniciativa, foram mapeadas e vistoriadas cerca de 4.000 OAEs, sendo que aproximadamente 80% desse total precisaria de algum tipo de intervenção de manutenção ou restauração.

 

Para cada uma das OAEs, esse inventário registrou a rodovia (BR) e a respectiva quilometragem onde ela está localizada, dados da última vistoria executada, identificação dos principais elementos estruturais e fotos, inclusive dos danos mais relevantes.

 

Registra-se que as OAEs que estão localizadas em áreas urbanas podem não ser da administração do DNIT. A manutenção e a reabilitação de OAE´s localizadas em áreas urbanas e que não estejam inseridas em rodovias federais, não são objeto de intervenção por parte do DNIT.

 

No sistema SGO, as OAEs foram classificadas, de acordo com a necessidade de maior ou menor intervenção, e receberam uma ´nota´ variando numa escala de ´1´ a ´5´, sendo o nível ´1´ o que identifica os casos mais críticos, ou seja, aqueles que demandam ações mais urgentes e imediatas.

 

Esses critérios estão definidos na Norma DNIT 010/2004 – PRO – “Inspeções em pontes e viadutos de concreto aramado e protendido – Procedimento”. A aplicação desse critério de classificação dividiu as obras de arte especiais em dois grupos, conforme a complexidade das intervenções requeridas:

 

- Aquelas estruturas que estão somente deterioradas e necessitam apenas de ações de MANUTENÇÃO. Essas ações seriam contratadas a partir da utilização de um escopo predefinido e mínimo.

 

- Aquelas que precisam de ações mais expressivas, foram denominadas REABILITAÇÃO e necessitam, por exemplo, de aumento da largura do tabuleiro, da capacidade de carga, da inclusão de uma passagem segregada para pedestres, e que, na maioria das vezes exige o reforço das fundações e estruturas existentes, ou a construção de novas fundações, novas linhas de pilares e etc.

 

Assim, o projeto piloto para a implementação do BIM aplicada ao PROARTE terá seu foco de atuação nas intervenções de reabilitação.

 

Como parte dos esforços iniciais para a definição de uma estratégia mais bem delineada para a implementação do BIM no DNIT, a equipe de desenvolvimento do projeto piloto elaborou o mapa resumo da estratégia do projeto (project canvas) do qual foram extraídas as informações apresentadas a seguir:

    





(Divulgação DNIT)
    


O que é o BIM?

 

(Divulgação DNIT)
  


Building Information Modeling é um conjunto de tecnologias, processos e políticas, que permitem que várias partes interessadas possam, de maneira colaborativa, projetar, construir e operar uma edificação ou instalação.

 

BIM é um processo integrado para criar, usar e atualizar um modelo digital de uma construção, podendo ser usado por todos os participantes do empreendimento, potencialmente durante todo o ciclo de vida da construção.

 

BIM é uma nova plataforma da tecnologia da informação aplicada à Construção Civil e materializada em novas ferramentas (softwares), que oferecem novas funcionalidades e que, a partir da modelagem dos dados do projeto e especificação de uma edificação ou instalação, possibilitam que os processos atuais, baseados apenas em documentos, sejam realizados de outras maneiras (baseados em modelos) muito mais eficazes.

   



O que não é BIM?

 

- Nem tudo que é 3D é BIM, mas se for BIM, será 3D: Soluções que possibilitam apenas a modelagem e visualização gráfica em 3D de uma edificação ou instalação, que utilizam objetos que não incluem outras informações além da sua própria geometria, não podem ser consideradas como soluções BIM.

 

- Soluções que, utilizando múltiplas referências 2D (desenhos ou documentos), emulam modelos tridimensionais: Estes tipos de softwares não permitem a extração automática de quantidades, não realizam atualizações automáticas, nem tampouco possibilitam a realização de simulações e análises.

 

- Soluções que não realizam atualizações automáticas, não são soluções BIM;

 

- Softwares e soluções 3D que não trabalham como gestores de bancos de dados, não são BIM.

   

Processo básico de modelagem BIM?

 

1. Primeiro faz-se a escolha de um componente – ou Objeto BIM – em bibliotecas, que podem ser objetos nativos dos aplicativos de modelagem ou criados pelo próprio usuário;

 

2. Em seguida faz-se a inserção e posicionamento do Objeto no modelo;

 

3. Eventualmente, conforme a necessidade, faz-se o ajuste das formas, dimensões e outros parâmetros configuráveis do Objeto inserido.

   



Características essenciais dos Objetos BIM?

 

1. A semântica associada aos Objetos BIM – a informação do que é cada componente, isto é, seu tipo, é intrinsecamente associada a ele desde a sua criação;

 

2. O tipo determina suas propriedades, seu comportamento e suas associações aos demais elementos do modelo, segundo regras formais;

 

3. As regras de relacionamento entre objetos BIM podem ser internas e específicas de um determinado software ou compartilhadas publicamente, como no esquema aberto IFC;

 

4. A semântica associada às regras - também denominadas “ontologia” - permite que aplicativos compreendam um modelo BIM e realizem tarefas inteligentes baseadas nele.

  

 

O que é interoperabilidade?

 

Interoperabilidade é a capacidade que dois ou mais sistemas ou softwares possuem de trocar informações (sem perdas ou confusões) e utilizar as informações trocadas, de maneira consistente e coerente.

 

Tecnologias compatíveis e interoperáveis mantém a capacidade de tradução de um modelo de dados entre si, sem perdas, abrangendo informações gráficas e não-gráficas.

   

Fontes:

- BIM NO DNIT

- O QUE É O BIM?

- PROJETO PILOTO

- ESTRATÉGIA BIM DNIT

- ESTRATÉGIA BIM BR

          

Pós-Graduação