(Foto: Akoncity/Reprodução)
Que tal ouvir o artigo? Experimente dar o play ou fazer download para ouvir off-line!
O famoso rapper Akon anunciou na última quarta-feira (02) em suas redes sociais que vai criar uma cidade inspirada em Wakanda, cidade futurista do filme Pantera Negra. O projeto, anunciado como "Akoncity", custará cerca de US$ 6 bilhões (cerca de R$ 30,6 bilhões) e será realizado no Senegal, país da África Ocidental.
A previsão é que a construção comece em 2021 e represente "o começo do futuro" do continente, segundo o músico. "Nossa ideia é construir uma cidade futurística que incorpore as tecnologias mais recentes, criptomoedas, e também o futuro de como a sociedade africana deve se tornar”, afirmou Akon, ao lado das autoridades do país, durante o lançamento da cidade.
Características do projeto
Akoncity ficará localizada em Mbodienne, a quase 100 quilômetros de Dakar, capital do Senegal. O projeto promete criar empregos para senegaleses e ser um "porto seguro" para afro-americanos que sofrem com o racismo ao redor do mundo.
Assim como Wakanda, a cidade vai incluir conceitos do afrofuturismo, unindo tecnologia avançada e tradições africanas. No centro, será construído um hotel com quartos decorados em homenagem às 54 nações da África, um polo de tecnologia, estúdios de gravação e uma área dedicada à indústria cinematográfica do país, chamada Senewood.
A cidade também contará com um hospital e delegacias de polícia, assim como sua própria criptomoeda, a Akoin. Ele espera que ela possa ser usada em todo o continente africano. Akon já havia falado de sua intenção de construir a cidade em 2018, e tem trabalhado no projeto desde então.
(Foto: Rolling Stone/Reprodução)
Nesta segunda-feira (07), o ele visitou o canteiro de obras com funcionários do governo e recebeu elogios por investir na África durante a pandemia de covid-19.
Akon City promete ter faculdades, aeroporto, shopping center, hospitais, e também deve ser sustentável, com uma estação de resíduos e uma usina elétrica de energia solar.
Detalhes da cidade
Primeiro: ela ocupará uma área de 800 mil hectares (mais de mil campos de futebol) e deve ficar pronta em 2030 e ficará a menos de uma hora ao sul do Aeroporto Internacional da capital senegalesa Dakar. A localização bate com a da cidade Diamniadio, projetada pelo governo senegalês para revitalizar a economia do país e que também está em construção.
O projeto Akon City será executado em fases: a Fase 1 deve ser concluída até o fim de 2023, e basicamente finalizará a infraestrutura da cidade, com a construção de um hospital, estradas, shopping center, residências, delegacia, central de resíduos e uma usina elétrica de energia solar.
Já na Fase 2, que deve ocorrer de 2024 a 2029, o foco será completar todo o sistema de implantação da criptomoeda Akoin, para que ela possa ser a principal moeda da cidade. Desta forma, se tudo der certo, em 2030, a Akon City terá universidades, parques, estádios, hotéis e um complexo industrial — e o Senegal terá a primeira cidade do mundo funcionando inteiramente com uma criptomoeda!
A cidade promete ser construída para obter a certificação LEED, que avalia o desempenho ambiental de construções. Caso a Akon City de fato obtenha a certificação, ela será a segunda cidade do continente africano a fazê-lo, atrás apenas da MMTC, outra cidade sustentável construída pelo investidor Julius Mwale, no Quênia. As construções residenciais na Akon City serão levadas a cabo pelo escritório de Dubai Bakri & Associates Development Consultants. As primeiras imagens e moldes em computador sugerem que as edificações e residências terão um formato curvilíneo, com muito paisagismo e áreas verdes.
E essa história de criptomoeda? Pois é, a cidade não usará o dinheiro convencional e sim a Akoin, também criada pelo cantor. Isso significa que todos os pagamentos deverão ser feitos pelos habitantes da cidade por meio de smartphones. E a ideia é que, além de uma moeda, a Akoin seja uma forma de obter crédito, realizar empréstimos e ter acesso a serviços governamentais. Segundo o astro, isso daria o poder “de volta para o povo”.
Akon obteve a autorização do governo do Senegal para construir a cidade em janeiro deste ano. Segundo o comunicado à imprensa liberado pelo cantor, o presidente do Senegal, Macky Sall, designou a Akon City como uma zona especial que terá incentivos fiscais para atrair investidores. A agência de turismo do Senegal, SAPCO, também participa do projeto que se enquadra nos planos do governo senegalês de desenvolvimento do turismo local.
Depois de anunciar a arrecadação de R$ 31 bilhões, o rapper informou no Instagram, nesta quarta-feira (2/9), que a primeira pedra, representando o início da construção, foi colocada em Mbodiène, vila que fica perto da capital do país. A fase um do projeto com previsão para acabar em 2023 deverá ter 55 hectares construídos.
Sonho antigo
Apesar dos passos cada vez mais definitivos para a sua construção, a Akon City faz parte do imaginário do músico há já muito tempo, de forma inabalável, acompanhando-o em cada momento mediático da sua carreira. No final de 2019, numa entrevista a Nick Cannon, o artista e magnata já dava atualizações muito concretas sobre o seu ambicioso empreendimento. “É tudo renovável”, sugeria Akon, levando Cannon a confirmar que não, não se trata de um jogo de The Sims. “Ter mil milhões de dólares no banco, enquanto tantas pessoas sofrem e lutam, é uma loucura para mim”, disse ele. “É um desperdício de mil milhões de dólares”, dizendo, em seguida, que a criação da criptomoeda é a parte do projeto que o deixa mais empolgado — “a minha moeda para África.”
Este não é o primeiro projecto de filantropia de Akon, que nos últimos anos é mais reconhecido como homem de negócios que como artista. O músico também criou e lidera a Akon Lighting Africa Initiative, que ajuda a fornecer energia para as pessoas do continente sem acesso a eletricidade.
Há também a Akon Lighting America Initiative, que se concentra em criar esforços de energia renovável nos EUA e investir esses lucros em África. Com a Akon City, sua atenção virou para as criptomoedas e a tecnologia blockchain subjacente, necessária, eu sua opinião, em países onde a inflação e a corrupção dos governos perturba a moeda local.
Akon argumenta que o blockchain pode permitir que os africanos se tornem menos dependentes dos seus governos.
Fontes:
- Tecmundo
- Shifter