Confira 5 falhas comuns em instalações hidráulicas residenciais



Confira 5 falhas comuns em instalações hidráulicas residenciais

Em sistemas prediais hidráulicos e sanitários, qualquer tipo de ineficiência ou manifestação patológica é sinônimo de dor de cabeça e de gastos extras para os usuários. Estamos falando sobre problemas como insuficiência de pressões e vazões, mau cheiro ou refluxos, ruídos indesejados, obstruções em tubulações e vazamentos.

 

Muitas destas ocorrências são resultado de erros de projeto. "Os problemas podem ser consequência de falhas de concepção sistêmica, de compatibilização de projetos e de dimensionamento, bem como da ausência de especificações de materiais e de serviços e da carência de detalhes construtivos", cita o Engenheiro e Consultor em instalações hidráulicas, Roberto de Carvalho Junior.

  


Incompatibilidade de Projetos

 

A falta de integração racional e harmônica entre as instalações prediais e os projetos de Arquitetura e de estruturas é uma causa importante para falhas e retrabalhos. "Quando não há coordenação e entrosamento entre o arquiteto e os profissionais responsáveis pelos projetos complementares, pode ocorrer uma incompatibilização. Isso se manifesta durante a execução da obra e induz improvisações", alerta Carvalho Junior. A falta de compatibilização de projetos normalmente gera uma cadeia de problemas.


   

Dimensionamento de Tubulações de Água Quente

 

Em projetos de água quente, o descumprimento das normas relativas aos materiais utilizados para condução de água e o dimensionamento equivocado dos aquecedores são falhas relativamente comuns. O projeto deve atender, em especial, a ABNT NBR 7198, que fixa as exigências e as recomendações relativas a projeto, execução e manutenção da instalação predial de água quente.

 

Outros pontos muitas vezes negligenciados são a falta de detalhamento da instalação dos aquecedores e não observância da pressão mínima para o funcionamento dos aquecedores de passagem.


   

Dimensionamento de Válvulas de Descarga

 

Também não são raros os casos em que o projetista especifica erroneamente o diâmetro da válvula de descarga, desconsiderando as pressões. Vale ressaltar que, em edificações elevadas, a recomendação é optar por válvulas com DN 1 ¼ nos pavimentos mais baixos, onde a pressão de serviço é mais alta. Já nos pavimentos mais elevados, aconselha-se o uso de válvulas de descarga com DN de 1 ½.


   

Retorno de Espuma em Ralos

 

Outra falha comum em instalações residenciais e que é fruto de projetos mal realizados é o retorno de espuma em ralos de lavanderias. Para evitar isso, algumas estratégias eficazes são:

 

·         Evitar o lançamento de água servida da máquina de lavar roupas diretamente na caixa sifonada;

·         Utilizar ralo antiespuma;

·         Não fazer a ligação do ramal do primeiro pavimento dos edifícios próxima ao pé da coluna, ou seja, na área de maior pressão de impacto;

·         Não fazer a ligação dos ramais de esgoto com as colunas nas áreas de sobrepressão;

·         Não prever tubo de queda independente para as ligações dos ramais de esgoto das áreas de serviço do 1º e 2º pavimentos.

 

Em lavanderias e cozinhas, o projetista deve dar atenção extra ao dimensionamento dos ramais. Em geral, as máquinas de lavar roupas e louças possuem uma vazão de descarte instantânea maior e com mais pressão de lançamento. Um ramal subdimensionado, nesses casos, pode acarretar transbordamento de água do desconector no piso.

   


Ruídos Hidráulicos e Golpe de Aríete

 

A transmissão do ruído em instalações prediais de água fria é um problema complexo bastante associado a edifícios altos e a instalações pressurizadas. "Para evitar ou minimizar esse efeito, deve-se prever, seja no projeto, seja na especificação técnica, a localização das bombas e o assentamento sobre uma plataforma de material que absorva tais vibrações", recomenda o Engenheiro Roberto de Carvalho Junior.

 

Outra causa de ruídos indesejáveis, sobretudo em edifícios antigos, é o golpe de aríete, fenômeno que ocorre quando a água, ao descer em velocidade elevada pela tubulação, é bruscamente interrompida pelo fechamento de uma válvula ou registro. Para evitar esse problema, a solução mais eficaz é o correto dimensionamento de válvulas e tubulações.

 

Além disso, “para conforto dos moradores com relação aos níveis de ruído provocados pelo funcionamento das instalações, uma distribuição correta dos cômodos no projeto arquitetônico é de importância", finaliza.

   


Fonte:

- AECweb

   

*Esse texto foi escrito com a Colaboração Técnica do Professor do INBEC Roberto de Carvalho Junior, que é Engenheiro Civil, licenciado em Matemática, com habilitação em Física e Desenho Geométrico. Pós-Graduado em Didática do Ensino Superior. Mestre em Arquitetura e Urbanismo e Mestre em Hidráulica e Saneamento. Projetista de Instalações Prediais desde 1982, já elaborou inúmeros projetos de edificações de médio e de grande porte, executados em várias cidades do Brasil. Desde 1994, atua na área acadêmica, em faculdades de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil, como Professor universitário das disciplinas de instalações prediais.

 

É palestrante e autor dos livros “Instalações Hidráulicas e o Projeto de Arquitetura”; “Instalações Elétricas e o Projeto de Arquitetura”; “Patologias em Sistemas Hidráulico-Sanitários”, “Instalações Prediais Hidráulico-Sanitárias – Princípios básicos para elaboração de projetos” e Interfaces Prediais. Todos os livros editados pela Blucher.

 

É autor de diversos artigos e publicações em vários jornais e revistas do país voltadas à Construção Civil, falando especificamente sobre assuntos relacionados à sua área de atuação. Atualmente, trabalha na área acadêmica e como consultor independente.

 

Livros do Prof. Eng. Roberto de Carvalho Junior:



   

Curso de Projeto e Dimensionamento das Instalações Hidráulicas e Sanitárias

 

Objetivos:

·         Apresentar os princípios e conceitos básicos necessários para a elaboração de projetos das instalações prediais hidráulicas e sanitárias (instalações de água fria e quente, esgoto e águas pluviais); 

 

·         Mostrar a importância da compatibilização do projeto hidráulico-sanitário com os projetos arquitetônico e estrutural, de forma harmônica, racional e tecnicamente correta;

 

·         Apresentar uma visão conceitual mais prática, didática e simplificada do dimensionamento das instalações prediais hidráulico-sanitárias em PVC (água fria e quente, esgoto e águas pluviais).

 

·         Apresentar os princípios e conceitos básicos para a elaboração de projetos e dimensionamento - Sistema PEX.

 

Saiba mais sobre o Curso AQUI.


Pós-Graduação