Instalações prediais hidráulico-sanitárias lideram o ranking de manifestações patológicas da construção



Instalações prediais hidráulico-sanitárias lideram o ranking de manifestações patológicas da construção
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As falhas construtivas são muito comuns e tão remotas quanto os mais antigos edifícios construídos pelo homem através dos tempos. Um exemplo clássico e muito conhecido de falha construtiva é a Torre da cidade de Pisa, no norte da Itália. Projetada para abrigar o sino da catedral de Pisa, a torre foi iniciada em 1173.

 

Seus três primeiros andares mal tinham acabado de ser erguidos quando foi notada uma ligeira inclinação na Torre. Ela já “nasceu” inclinada, e sua construção chegou a ser interrompida diversas vezes na tentativa de resolver o problema, e por esta razão se tornou famosa no mundo inteiro como exemplo clássico de manifestações patológicas da construção.

 


Torre de Pisa

 

Segundo o Engenheiro Ercio Thomaz, pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), patologia da construção é o “campo da ciência que procura, de forma metodizada, estudar os defeitos dos materiais, dos componentes, dos elementos ou da edificação como um todo, diagnosticando suas causas e estabelecendo seus mecanismos de evolução, formas de manifestação, medidas de prevenção e recuperação”.

 

De acordo com a NBR 13.752/96 – Perícias de Engenharia na Construção Civil, é considerado defeito em uma obra “anomalias que podem causar danos efetivos ou representar ameaça de danos à saúde ou segurança do consumidor, decorrentes de falhas de projeto ou execução de um projeto ou serviço, ou ainda, da informação incorreta ou inadequada de sua utilização ou manutenção”.

 

Desde 1991, quando entrou em vigor a Lei 8.078/90, que dispõe sobre a Proteção do Consumidor, conhecida como “Código de Defesa do Consumidor – CDC”, o CREA /SP apresentou para os profissionais o Manual do Profissional, que leva ao conhecimento da classe as modificações que a referida lei impôs às relações de consumo como um todo.

 

Essas modificações obrigaram uma mudança de comportamento do profissional em relação aos seus clientes. Apesar dos rigores da nova lei, existe o aspecto favorável, pois, em virtude desses mesmos rigores, os profissionais técnicos, não somente da área de Engenharia e Arquitetura, mas de todos os segmentos da sociedade, foram compelidos a um esforço no sentido de um maior aprimoramento, qualificação e desenvolvimento, eliminando do mercado aqueles que não se adequaram.

 

Por outro lado, nunca se deu muita importância às instalações do edifício, pois elas ficam embutidas (ocultas) sendo, portanto, muito comum a execução de obras sem os projetos complementares, como o projeto de instalações hidráulicas e sanitárias.

 

Além disso, na busca por máxima economia e utilizando-se de materiais inadequados e de qualidade inferior e uma execução rica em improvisações e gambiarras em função da ausência de projeto e baixa qualificação da mão de obra, acaba-se comprometendo a qualidade final da obra.

 

A ocorrência de manifestações patológicas nas edificações implica custos adicionais, ações jurídicas, perda de confiança na empresa responsável pela construção etc. E grande parte dessas falhas construtivas têm relação com as instalações hidráulicas e sanitárias.

 

Para se ter uma ideia da gravidade do problema, estima-se que as instalações prediais hidráulico-sanitárias lideram o ranking de manifestações patológicas da construção, sendo que o maior percentual está relacionado à falhas de projeto.

 

Na fase de projeto dos sistemas prediais, os erros podem ocorrer por falhas de concepção sistêmica, erros de dimensionamento, especificações de materiais e de serviços, insuficiência ou inexistência de detalhes construtivos etc. Essas falhas também ocorrem por falta de compatibilização entre os projetos envolvidos na construção do edifício.

 


 

Também podem existir falhas devido ao não entendimento do projeto na hora da execução. A interface entre projeto e execução deve estar bem alinhada, pois, caso contrário, pode causar prejuízos futuros, quando a correção do problema pode ser muito mais difícil e onerosa. Por essa razão, é importante informar ao projetista contratado, após fase de ocupação, sobre os problemas ocorridos, a fim de aperfeiçoar os próximos projetos.

 

Por isso, os profissionais da área têm de conhecer profundamente as causas desses problemas que aparecem durante a execução da obra ou durante o uso do edifício após a conclusão, para que possam traçar um perfeito diagnóstico e, com isso, propor as melhores soluções técnicas para esses problemas.

 

E para evitar futuramente a ocorrência (repetição) desses erros, é importante ressaltar que o estudo das frequentes manifestações patológicas frequentes em sistemas prediais hidráulico-sanitários não reside somente na atuação corretiva, mas na possibilidade da atuação preventiva, especialmente quando elas têm por causa falhas no processo de produção dos respectivos projetos de engenharia.

  

Por isso, o curso “Projeto e Dimensionamento das Instalações Prediais Hidráulicas e Sanitárias”, foi desenvolvido com o intuito de abordar os principais conceitos e princípios básicos para elaboração de projetos de instalações prediais hidráulico-sanitárias (instalações de água fria e quente, esgoto e águas pluviais) com ênfase no dimensionamento, além de evidenciar as normas brasileiras que regem cada assunto tratado.

 

 

A quem se destina?

 

Engenheiros, Arquitetos, Projetistas de Instalações Prediais Hidráulico-Sanitárias, alunos dos cursos de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo e todos os profissionais que trabalham na Construção Civil. 


  

Qual o objetivo do curso?

 


 

- Apresentar os princípios e conceitos básicos necessários para a elaboração de projetos das instalações prediais hidráulicas e sanitárias (instalações de água fria e quente, esgoto e águas pluviais);

- Mostrar a importância da compatibilização do projeto hidráulico-sanitário com os projetos arquitetônicos e estruturais, de forma harmônica, racional e tecnicamente correta;

- Apresentar uma visão conceitual mais prática, didática e simplificada do dimensionamento dos subsistemas das instalações prediais hidráulico-sanitárias em PVC (água fria e quente, esgoto e águas pluviais).

 

 

Qual é o conteúdo programático?

  

*Instalações de água fria

 

- Considerações gerais

 

- Partes constituintes de um sistema predial de água fria

 

 - Entrada e fornecimento de água fria

 

 - Medição de água individualizada

 

 - Sistemas de abastecimento

 

 - Reservatórios

 

 - Rede de distribuição

 

 - Desenhos das instalações

 

 - Materiais utilizados

 

 - Dimensionamento do sistema

 

 - Parâmetros hidráulicos do escoamento

 

 - Método do consumo máximo provável

 

 - Método do consumo máximo possível

 

 - Pressões mínimas e máximas

 

 - Dispositivos controladores de pressão nas instalações prediais

 

 - Perdas de carga nas canalizações

 

 - Sistema elevatório



  

*Instalações de água quente

 

- Estimativa de consumo

 

- Sistemas de aquecimento

 

- Tipos de aquecedores

 

- Dimensionamento de aquecedores

 

- Sistema de aquecimento solar

 

- Traçado da rede de distribuição de água quente

 

- Desenhos das instalações

 

- Materiais utilizados

 

- Dimensionamento das tubulações

 

- Parâmetros hidráulicos do escoamento

   

*Instalações de esgoto

 

- Partes constituintes do sistema

 

- Instalações em pavimentos térreos

 

- Instalações em pavimentos sobrepostos

 

- Traçado das tubulações

 

- Desenhos das instalações

 

 - Interfaces das prumadas com os elementos estruturais

 

 - Sistemas de shafts visitáveis

 

- Dimensionamento das tubulações

 

- Ramais de descarga

 

- Ramais de esgoto

 

- Ramais com efluentes de gordura

 

- Tubos de queda e de gordura

 

- Sistema de ventilação

 

- Subcoletores de esgoto

 

- Caixas de inspeção e gordura

 

- Coletor predial

 

- Materiais utilizados

  

*Instalações de águas pluviais

 

- Partes constituintes do sistema

 

- Vazão de projeto

 

- Intensidade pluviométrica e período de retorno

 

- Áreas de contribuição de vazão

 

- Dimensionamento de calhas

 

- Dimensionamento de condutores verticais

 

- Dimensionamento de condutores horizontais

 

- Materiais Utilizados

 

- Níveis do terreno e condutores horizontais


  

*Roberto de Carvalho Junior é Engenheiro Civil, licenciado em Matemática, com habilitação em Física e Desenho Geométrico. Pós-graduado em Didática do Ensino Superior. Mestre em Arquitetura e Urbanismo e Mestre em Hidráulica e Saneamento.

 

Projetista de Instalações Prediais desde 1982, já elaborou inúmeros projetos de edificações de médio e de grande porte, executados em várias cidades do Brasil.

 

Desde 1994, atua na área acadêmica, em faculdades de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil, como professor universitário das disciplinas de instalações prediais.

 

É palestrante e autor dos livros “Instalações Hidráulicas e o Projeto de Arquitetura”; “Instalações Elétricas e o Projeto de Arquitetura”; “Patologias em Sistemas Hidráulico-Sanitários”, “Instalações Prediais Hidráulico-Sanitárias – Princípios básicos para elaboração de projetos” e Interfaces Prediais. Todos os livros editados pela Blucher.

 

É autor de diversos artigos e publicações em vários jornais e revistas do país voltadas à Construção Civil, falando especificamente sobre assuntos relacionados à sua área de atuação.

 

Atualmente, trabalha na área acadêmica e como consultor independente. 

  

Livros do Prof. Eng. Roberto de Carvalho Junior:


 


Mestre em Arquitetura e Urbanismo, Pós-Graduado em Didática do Ensino Superior, Graduação em Engenharia Civil, Graduação em Matemática com habilitação em Física e Desenho Geométrico